Gondomar e Valongo são dois concelhos vizinhos, com presidentes de Câmara que ocupam o cargo há 16 anos e que, na eleições de domingo passado, perderam a maioria absoluta.
Corpo do artigo
E isso será problema para os dois veteranos autarcas? O JN percorreu os concelhos para perceber o que pensam os eleitores das maiorias relativas que prometevm governos difíceis.
"O major vai desenrascar-se bem, como sempre. Gondomar nunca teve um presidente à altura. Este pode ter defeitos, mas fez muita coisa pelo concelho". A perda da maioria absoluta por parte de Valentim Loureiro apenas lhe vai tornar o mandato "um pouco mais difícil", afirmou Susana Vieira Rocha ao JN.
Bem mais pragmático, António Maria Pinto, com uns rijos 81 anos vividos perto do Largo do Souto, onde ontem aproveitava a manhã de autêntico Verão, considerou que "os gondomarenses estavam fartos do caldo de nabos" e que o próximo mandato de Valentim Loureiro "vai ser mais difícil". Políticas à parte, "sempre aproveitei todos os passeios que a Câmara organizou".
O amigo Alfredo de Jesus, de 75 anos, não resistiu à comparação óbvia: "José Sócrates também não tem maioria absoluta e não é por isso que vai deixar de governar".
E deixou um conselho: "Haverá projectos válidos da Oposição que podem ser aproveitados".
Em Valongo, Fernando Melo "vai ter um mandato muito difícil". Explicou Maria Cassilda que o autarca perdeu a maioria também porque "fez tudo em Ermesinde e esqueceu o resto do concelho".
Mais crítico, Armando Dias considerou que "vai ficar tudo igual, o que será mau, pois o concelho estagnou a diversos níveis". "Pode ser que agora o presidente tome consciência do que tem feito mal e emende a mão", referiu.
Carmen Carvalho nasceu e continua a viver em Valongo, "um concelho agradável para se estar". "Fernando Melo teve fases boas e más, mas penso que este mandato não será muito complicado", considerou.
A cultura foi um dos sectores em que o autarca "esteve bem e fez muita coisa", disse Maria Zulmira, de 55 anos, professora de Música. No entanto, este mandato "vai ser mais complicado" para Fernando Melo, pois "não sei se vai conseguir suportar a Oposição". "Mas creio que há guerrinhas escusadas entre eles. Com bom senso tudo se pode resolver e é o concelho que sai a ganhar", concluiu a docente.