Oferta vegetariana e vegana em restaurantes e bares, nas cantinas das escolas e na loja oficial de produtos locais. E negócios em torno do movimento vegano. É assim a Paredes de Coura de 2019, cinco anos após o surgimento do congresso internacional Coura Veg, que começa hoje e encerra domingo naquela vila.
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Recentemente, a Associação Vegetariana Portuguesa colocou Coura no top 10 das localidades portuguesas mais "veg(an)-friendly" (mais amigável). Ficou em 10.º ao lado de Lisboa, Porto, Braga, Lagos, Ponta Delgada, Cascais, Matosinhos e Portimão.
De características marcadamente rurais, o município deu em cinco anos um salto significativo, com penetração de produtos e hábitos alternativos de alimentação nas várias camadas de população. O presidente da Câmara, Vítor Paulo Pereira, destaca "a coexistência pacífica" entre a alimentação carnívora e vegan, que vem sendo alimentada pelas sucessivas edições do congresso.
"Não é uma tentativa de impor modelos e comportamentos", avisa o autarca, referindo que o evento surgiu de "uma forma bonita" impulsionado por um movimento da sociedade civil.
O restaurante "Barbaças" é exemplo de convivência sã entre os dois mundos. Tem todos os dias, pelo menos, uma ou duas propostas vegetarianas. Os dois pratos com mais saída são o cozido à portuguesa e a feijoada à transmontana vegetariana.
Por brincadeira
"Começou por uma brincadeira, porque gosto de pratos vegetarianos. Depois comecei a ver que o restaurante era procurado por ter esta oferta", diz Manuela Lages, referindo que, em 2018, durante o congresso, serviu bolonhesa de lentilhas e quinoa com cogumelos e legumes, "a cerca de 100 pessoas por refeição".
Em 2015, a Câmara instituiu um prato vegetariano, a cada 15 dias, na ementa do 1.º ciclo, que abrange cerca de 350 alunos. Hoje cerca de 1100 alunos, dos vários graus de ensino e profissional, têm acesso todos os dias a uma proposta vegetariana.