Intervenção de 2019 não agradou e Autarquia quer saber o que população acha das novas propostas para a marginal marítima.
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Termina hoje o período de auscultação pública sobre as quatro propostas lançadas pela Câmara do Porto para a reconfiguração das avenidas marítimas do Brasil e de Montevideu. A participação tem sido grande, de acordo com a Autarquia, nomeadamente através de email, desconhecendo-se para já os munícipes que escolheram a plataforma online avenidasatlanticas@cm-porto.pt para dar a sua opinião e apresentar sugestões que serão analisadas durante o mês de abril, prevendo-se que a solução definitiva seja anunciada perto do verão.
Na zona da Foz, o JN ouviu vários moradores, pessoas que trabalham no local e as que escolhem os passeios e ciclovias à beira-mar para praticar desporto e fazer caminhadas. As opiniões dividem-se mas convergem, ao contrário do que seria de esperar, num aspeto: a zona de circulação automóvel não deve ser reduzida, mas melhorada, mantendo as duas faixas de rodagem em cada sentido.
Hildeberto Sanhudo trabalha numa papelaria na Avenida do Brasil e diz que, "na verdade, a intervenção que foi feita há uns anos não foi bem conseguida" e que "é preciso fazer qualquer coisa". Enquanto atende os clientes, vai afirmando que "as áreas utilizadas em lazer devem ser mantidas porque a Foz é uma zona de passeio e de veraneio", mas sem entrar em conflito com a rodovia.
"Há horas do dia em que a circulação é complicada e, portanto, na minha opinião, não devem mexer nas avenidas, quando muito, alargar mais um pouco as faixas porque o cruzamento entre dois veículos pesados por vezes é complicado", diz Hildeberto Sanhudo.
Quatro propostas
"Esta é das zonas mais bonitas da cidade. Saímos de casa e podemos passear junto ao mar, mas também é cada vez mais complicado circular aqui de automóvel", diz a residente Liliana Fernandes, que defende que a "ciclovia não deve estar junto à faixas de rodagem mas ser transferida para os passeios que são largos".
As quatro propostas para as duas avenidas são idênticas e diferem em pequenos pormenores. Há uma que prevê a manutenção das quatro faixas de rodagem, outra três faixas (duas num sentido), uma delas defende duas (uma em cada sentido) e falam em aumento da ciclovia, separadores com floreiras ou o encurtamento dos passeios. "Na minha opinião, a ciclovia deve ocupar uma zona do atual passeio que é bastante largo. tal como está é um perigo por estar colada à faixa de rodagem", diz Fernando Pinho, enquanto caminha na área de peões, cruzando-se com Sérgio Conceição, o treinador do F. C. Porto, que passa a correr.
O investimento e o prazo de execução da obra dependerão da solução escolhida, sendo hoje o último dia em que os portuenses poderão participar, dando contributos. Recorde-se que em 2019 estas duas avenidas sofreram uma intervenção de 400 mil euros que gerou polémica por colocar a ciclovia ao nível da faixa de rodagem e separadores que danificavam os pneus das viaturas.
Saber Mais
Proposta A
Quatro faixas mais largas, estacionamento, ciclovia, floreira separadora e passeio estreito.
Proposta B
Quatro faixas, a ciclovia no passeio marítimo, separada da zona pedonal por bancos e floreiras.
Proposta C
Duas vias no sentido norte/sul e uma no sentido contrário. Floreira separadora.
Proposta C1
Uma via em cada sentido e faixa para viragens.