<p>O rio Águeda transbordou pela primeira vez este ano e obrigou ao corte de algumas estradas. Comerciantes da baixa da cidade dizem que a inundação está longe de preocupar. Só se a chuva continuar.</p>
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O Serviço Municipal de Protecção Civil de Águeda está a monitorar o caudal do rio Águeda, que nos últimos dois dias subiu para precaver qualquer risco de cheia.
Alguns caminhos locais, normalmente submersas quando as águas do Águeda sobem, casos do túnel do Sardão, o acesso ao estádio municipal, bem como as ligações Espinhel-Oronhe e Recardães-baixa de Águeda, estão inundados e cortados ao trânsito.
"As perspectivas são de algum agravamento da subida da cota do rio, dada a pluviosidade prevista para os próximos dias e pelo facto de os terrenos estarem saturados e de chover ou não em Varziela, Tondela, mas estamos vigilantes", disse ao JN, Vítor Silva, da Protecção Civil Municipal de Águeda que salientou que a meio da tarde de ontem o rio tinha baixado cerca de 30 centímetros.
Vítor Silva considera, no entanto, que "é prematuro pensarmos numa grande cheia".
Alguns comerciantes da zona baixa da cidade de Águeda ouvidos pela JN acreditam que as ultimas obras pela Câmara de Águeda podem minimizar os efeitos da subidas do rio.
"A cheia já não vem aqui como nos outros anos", disse ao JN, Isaura Bastos, com um estabelecimento comercial à 34 anos na rua Vasco da Gama.
"O rio foi limpo mo ano passado, de maneira que tem melhor escoamento", frisou. "Esta noite subiu um bocadinho, mas nada de alarmante", disse, lembrando que "à nove anos tive aqui uma cheia dentro do estabelecimento com metro e meio de água". "Há uma e tal da manhã viemos aí, dar uma volta, para ver como estava o rio e, nada. Nos outros anos com a chuva que caiu já andava aí", lembrou.
Mário Urbano, com um mini-mercado e venda de doces regionais na rua Luís de Camões "a primeira a ser afectada se o rio subir é a Vasco da Gama", considera que "estamos mais descansados desde que fizeram as obras no Verão passado". "De noite até agora desceu vinte centímetros e se não estiver a chover no Caramulo não causa grande perigo", disse.
"Estamos na expectativa de que não venha até às ruas e não nos entre nas lojas ", afirmou, recordando que em 2001 "chegou aqui a atingir os 80 centímetros e obrigou ao fecho das lojas".
Para Amilcar da Cruz, proprietário d e um snack-bar na praça 1º de Maio "quem tem aqui os seus estabelecimentos está sempre preocupado".
"Estou aqui à 21 anos e já tive cheias muito grandes", lembrou frisando que se não fossem "as obras o rio esta noite já tinha vindo aqui para dentro".