A primeira mulher a ser admitida no curso de submarinista da Marinha tem 29 anos e é da Freguesia de Vila Cã, em Pombal (Leiria).
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A militar, Noémie Freire, vai começar a frequentar o curso de submarinista, com a duração de nove meses, no dia cinco de janeiro, após um período de provas de seleção que cumpriu com aproveitamento. Em outubro, a Marinha abriu a formação a mulheres, pondo fim a uma exclusão quase centenária.
Segundo o "Jornal de Leiria", Noémie é filha de emigrantes, tendo vivido em Paris até 1997 e vindo para o concelho de Pombal, nessa altura. Sempre longe do mar.
Apesar de ter vivido sempre longe do mar e de não ter o peso de cumprir tradições de família (já que nenhum familiar seu tinha integrado a Marinha), a auxiliar de navegação apostou neste ramo das Forças Armadas motivada pelo "desejo de embarcar na aventura", contou a jovem ao jornal local.
Desde que concorreu à Marinha, em 2006, Noémie foi construindo um currículo cheio em missões nacionais e internacionais, tendo participado, por exemplo, na missão de apoio à população madeirense, durante o temporal que assolou a ilha em 2010, e noutra na Somália, em 2012.
Com a especialidade de Operações, Noémie Freire poderá desempenhar funções na operação de radares, sistemas de guerra eletrónica e sistemas de deteção submarina.
Em março passado, Noémie Freire foi, com outras militares, convidada pela Marinha a visitar o submarino Arpão, numa iniciativa do ramo para "atrair" candidatas ao primeiro curso aberto aos dois sexos.
Com um filho de três anos, a militar disse na altura aos jornalistas que o mais difícil será estar bastante tempo sem poder comunicar com a família mas afirmou contar com o apoio do marido, também militar, para poder dar este passo na sua carreira.
Há seis anos que a Marinha portuguesa já dispõe de submarinos com condições logísticas e de habitabilidade que permitem responder aos requisitos de privacidade seja para homens ou mulheres mas apenas este ano o ramo decidiu incentivar as militares a concorrer à especialidade.
A taxa de participação das mulheres nas Forças Armadas portuguesas é de cerca de 11%.