Educação, investimento e transportes no rol do PS, CDS, Chega e CDU, que têm “dinossauro” do PSD pela frente.
Corpo do artigo
Não há uma prioridade para Viseu. Há cinco, tantas como os candidatos conhecidos à Câmara. Fernando Ruas, do PSD, atual presidente, aponta para o abastecimento de água. O PS, com João Azevedo, aposta na habitação. Hélder Amaral, do CDS, vai focar a educação e investimento. Bernardo Pessanha, do Chega, acrescenta o emprego e Leonel Ferreira, da CDU, refere os transportes.
Ruas é um “dinossauro” autárquico. Liderou Viseu entre 1989 e 2013, saiu e voltou em 2021, ganhando 5 a 4 ao PS em vereadores. Com 76 anos, é criticado pelos opositores por falta de ideias e dinamismo. “Tenho a idade que tenho, mas não ando a perder peças. Não perdi conhecimento, nem vontade”, responde. A primazia para o próximo mandato é o abastecimento de água, “um problema que vai ser resolvido com a assegurada ampliação da barragem de Fagilde, que irá triplicar a capacidade inicial, e a gestão entregue à Águas do Douro e Paiva”.
Ruas terá como principal opositor João Azevedo, do PS, que em 2021 perdeu a Câmara por 4395 votos. Espera agora vencer e, se assim for, o primeiro passo vai para o ordenamento do território. “Cada vez há mais barracas e casas ilegais na periferia urbana. Isto porque a Câmara não fiscaliza. Comigo, não haverá nem mais uma edificação. Em causa está a segurança e a saúde pública”, frisa ao JN, criticando Ruas por não ter construído “uma única casa para habitação social”.
Atrair jovens e famílias
O CDS ter-se-ia coligado com o PSD se Ruas não fosse o candidato, revela Hélder Amaral, candidato centrista. “O principal problema de Viseu é a educação/inovação e investimento”, resume. “Sou contra a vontade do Governo de passar o Politécnico a Universidade porque não será nem uma coisa, nem outra de qualidade. O que precisamos é de um Politécnico mais forte, virado para as necessidades das empresas, e de uma Universidade Católica, que aposte verdadeiramente em Viseu”. A cidade, considera Amaral, “não oferece sonhos à juventude, ao contrário de outras vizinhas, como Aveiro ou Vila Real, por isso temos de criar condições para fixar jovens e famílias.
Bernardo Pessanha, do Chega, pretende também atrair novos investimentos, “para conseguirmos emprego e trabalhadores qualificados, que recebam mais, e que não tenham, como eu tive, de sair para outras cidades”. Para isso, defende a “redução da burocracia e dos impostos municipais para quem invista e crie emprego”.
Para o candidato da CDU, Leonel Ferreira, o principal problema de Viseu são os transportes públicos. “O sistema de Viseu não serve a população do concelho, porque não chega a todo o lado e porque os horários são desajustados das necessidades. No âmbito da CIM Dão Lafões deve ser criada uma empresa intermunicipal que sirva também o concelho de Viseu”, defende.