Oito professores acusam um catedrático de Engenharia Mecânica, do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, de assédio moral e laboral, ao longo de 25 anos. A instituição abriu um processo disciplinar.
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Em causa estarão investidas do acusado em "bloquear e limitar" a progressão académica dos queixosos, avança o jornal "Público" esta segunda-feira. A carta da denúncia, subscrita por oito professores, vários com longas carreiras académicas, foi endereçada ao presidente do IST, Rogério Colaço, em fevereiro.
Paulo Martins, professor catedrático há mais de 20 anos na área de Tecnologia Mecânica e Gestão Industrial, é acusado de controlar e bloquear as carreiras académicas dos colegas, de limitar o acesso a licenças sabáticas e a recursos de investigação, de impedir os colegas de trabalhar em determinadas áreas ou projetos e de os desautorizar e desacreditar em público. Os visados dizem sentir-se discriminados e humilhados pelas práticas reiteradas de Paulo Martins, que está no Técnico desde 1986, segundo o jornal.
Manuel Heitor, antigo ministro da Ciência e o catedrático mais antigo da instituição, também no departamento de Engenharia Mecânica, disse ao jornal que apoiou o grupo a avançar com a denúncia e elogiou a coragem dos colegas, acrescentando que tal não aconteceu mais cedo por receio de "represálias internas". Manuel Heitor esclareceu que Paulo Martins não permitia a progressão académica dos colegas "para ser o único professor catedrático" da área.
A carta pedia um processo de averiguações interno. Rogério Colaço recebeu a denúncia, mas optou por abrir um processo disciplinar. O advogado que representa os oito professores, Dantas Rodrigues, lamenta que o presidente do IST tenha seguido esta via, por se tratar de um processo mais curto e que protege mais o professor. Uma averiguação poderia expor ilícitos penais que merecessem ser enviados para a Justiça.
Ao jornal "Público", o acusado disse não ter nada a comentar sobre o caso. Já Rogério Colaço falará apenas depois da conclusão do processo disciplinar.