Os professores dos agrupamentos de escolas do concelho de Barcelos fizeram um "protesto simbólico" junto à ponte medieval de Barcelos. A ideia inicial era formar um cordão humano que unia as duas margens do rio Cávado, no entanto os docentes não compareceram em número suficiente para o fazer.
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"A ideia era juntar os professores que acabavam o turno da manhã, com os que começavam o turno da tarde, mas na verdade não funcionou. Uns tiveram antes e outros depois e nunca tivemos número suficiente para fazer o cordão", revelou ao JN José Maria Cardoso, da comissão "Professores de Barcelos em Luta".
Ainda assim, o professor refere que o objetivo da iniciativa, "marcar uma posição dos professores e mobilizá-los para a greve do distrito no próximo dia 9, terça-feira", foi conseguido.
Professores criticam presidente da República
À hora marcada, cerca de 20 professores estavam junto à ponte medieval de Barcelos para lembrar a luta que tem parado o país. Alexandra Vieira, professora na Escola Secundária de Barcelinhos há mais de 30 anos, era o rosto da "ação simbólica" realizada pelos docentes dos agrupamentos de escolas do concelho. "Queremos chamar à atenção para os problemas que assolam a classe docente e lembrar às pessoas de Barcelos que os professores não baixaram os braços e não desistiram das ações de luta, mesmo com ações simbólicas", salientou.
Prometem continuar a luta até que as reivindicações sejam atendidas pelo Governo. "Queremos a recuperação do tempo total do tempo de serviço, a melhoria salarial, as condições da monodocência, questões relacionadas com mobilidade por doença e o concurso de professores", revela.
Alexandra Vieira recordou as declarações do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quando afirmou "que iria promulgar o diploma do concurso porque não queria prejudicar oito mil professores". "Lembro que, ao não prejudicar esses oito mil, vai prejudicar mais de 100 mil professores", afirmou, prometendo mais formas de luta: "Os professores estão dispostos em ir até às últimas consequências e está na calha endurecer a forma de luta, começando com a greve aos conselhos de turma de avaliação dos alunos e greve aos exames nacionais, embora aí têm serviços mínimos".