A nova ponte do metro que unirá as margens de Porto e Gaia na zona da Arrábida e que integra a futura Linha Rubi da rede (Casa da Música/Santo Ovídio) tem o projeto definido. A travessia é apresentada nesta quinta-feira na feira Concreta, na Exponor, em Leça da Palmeira, Matosinhos. Da autoria do consórcio formado pela Prof. Edgar Cardoso - Engenharia e Laboratório de Estruturas, Lda, pela Arenas & Asociados, Ingenería De Diseño SLP e pela No Arquitectos, Lda, a ponte deverá ficar pronta no terreno no final de 2025. O estudo de impacto ambiental da Linha Rubi já está em discussão pública.
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O projeto da travessia não é completamente consensual, nomeadamente pelas interseções que a ponte terá nas margens, nomeadamente do lado portuense, sendo contestado por vários moradores que ficarão a viver sob o tabuleiro. No entanto, conhecendo-se agora o desenho da futura construção e não apenas uma maqueta virtual (o projeto foi adjudicado em março pela empresa do metro ao consórcio das empresas Edgar Cardoso, Arenas e NOARQ) tudo estará pronto para que a obra se inicie no primeiro semestre do próximo ano.
A ponte integra a segunda ligação de metro para Gaia após a Linha Amarela ter entrado em funcionamento em 2005, sendo hoje a mais utilizada da rede. A travessia tem um custo estimado em 50,5 milhões de euros e a construção será liderada pelo gabinete Prof. Edgar Cardoso - Engenharia e Laboratório de Estruturas, Lda, com o mesmo nome do famoso engenheiro que projetou a vizinha Ponte da Arrábida, inaugurada em junho de 1963.
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Aliás, o desenho desta nova travessia faz lembrar o da Ponte da Arrábida. Terá sido pensado dessa forma para não ofuscar a obra que na altura admirou o mundo por ter o maior arco em betão armado de qualquer ponte até então construída. Além disso, o facto de ter apresentado o método construtivo mais fácil (toda em betão) e de ter o custo mais baixo terá agradado ao júri do concurso público internacional.
O que é proposto é a criação de uma ligação sob um pórtico com efeito de arco, toda em betão e com poucos apoios nas encostas. Recorde-se que uma das condições do concurso residiu no facto de se construir uma ponte "amiga do ambiente e a contribuir para a descarbonização". Por isso, não irá servir apenas a segunda linha de metro para Gaia, mas contemplar também a circulação de peões e bicicletas. Os peões terão acesso ao tabuleiro através de escadas e por um elevador, servindo a cota baixa, a Rua do Bicalho, e a cota alta, na zona da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Os carris terão painéis fotovoltaicos para produzir a energia que iluminará a ponte.
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Esta obra de arte será parte integrante da Linha Rubi que vai ligar a Casa da Música a Santo Ovídio, num trajeto total de 6,27 km de extensão entre eixos de estações, com troços enterrados, à superfície e em viaduto. Vai incluir oito estações: Casa da Música (já existente), Campo Alegre, Arrábida, Candal, Rotunda, Devesas, Soares dos Reis e Santo Ovídio.
O projeto contempla ainda a construção de um parque de estacionamento na Estação Rotunda (subterrâneo, com aproximadamente 500 lugares); três poços de emergência e ventilação (PEV); dois poços de emergência (PE), sendo um deles equipado com sistema de bombagem; e um ramal de ligação nas estações Casa da Música e Santo Ovídio para a injeção e retirada de veículos e via para realizar a inversão de veículos após as estações.
A futura ponte e a nova linha são totalmente financiadas a fundo perdido por verbas inscritas no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e, no conjunto, a obra custará 300 milhões de euros.