Os estudos de procura realizados indicam que a futura Linha Rubi do metro do Porto deverá retirar 5,2 milhões de pessoas do carro em 2026, ano previsto para o seu arranque. Prevê-se que a ligação tenha 11,4 milhões de passageiros, num traçado que resulta da análise de vários pressupostos e condicionantes, nomeadamente servir, desde a estação Casa da Música, as zonas do Campo Alegre, Arrábida, Candal, Coimbrões, Devesas, Soares dos Reis e Santo Ovídio
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A construção faseada e por troços visa, diz a empresa, minimizar os impactos dos processos construtivos na malha urbana à superfície, o que nem sempre é bem sucedido, como se está a verificar agora com a construção da Linha Rosa, cujos efeitos negativos estão a afetar o tecido comercial da zona histórica.
O troço inicial da Linha Rubi vai ligar a Casa da Música ao Campo Alegre através de um túnel mineiro que garantirá, no seu desenvolvimento inicial, a compatibilidade/ligação em termos de planta e perfil com o troço de túnel já projetado e em construção no âmbito da empreitada da Linha Rosa. No jardim da Praça Mouzinho de Albuquerque (Rotunda da Boavista), há algumas condicionantes, como sejam o monumento e o conjunto arbóreo existentes bem como os parques de estacionamento sob a Rua de Gonçalo Sampaio.
No final deste troço ficará a Estação do Campo Alegre, que será subterrânea. A gare terá ligação à Rua do Campo Alegre e à Via Panorâmica. A construção será realizada no sistema "cut and cover", ou seja, com escavações executadas a partir da superfície, de forma a minimizar o impacto nas estruturas viárias e levar ao abate do menor número possível de árvores. A linha segue depois até à Arrábida. É aqui que se encontrará a nova ponte, 400 metros a montante da Ponte da Arrábida.
Em Gaia, a primeira das estações neste concelho ficará localizada entre a Via Engenheiro Edgar Cardoso (VL8) e a Rua Camilo Castelo Branco, com acesso no topo sul para a Rua Manuel Moreira Barros, estabelecendo ligação franca com a entrada do Arrábida Shopping e o Hospital da Arrábida que se localizam na envolvente mais próxima. Ou seja, por existir aqui muitos serviços e comércio, o metro beneficiará de grande movimento de pessoas.
A linha segue depois para o Candal, num traçado realizado à superfície. A estação também não será enterrada e ficará na Via Engenheiro Edgar Cardoso (VL8), a sul da atual rotunda de interceção com a Rua Rei Ramiro. Do Candal até à rotunda o metro prosseguirá à superfície até entrar em trincheira na Estação Rotunda. Contudo esta gare ficará ainda à superfície, na atual placa central da Rotunda Eng.º Edgar Cardoso, estando prevista a escavação e retirada de terras no interior da placa central. Terá um parque de estacionamento de grande capacidade e um parque urbano para lazer e atividades culturais, projetos que dão à estação um grande potencial de interface intermodal por captar fluxos de entrada e passagem pela cidade desde o Sul.
Da Rotunda, o traçado desenvolve-se em viaduto para vencer o vale e de seguida passa a subterrâneo até à Estação Devesas, cruzando sob o canal ferroviário já em túnel escavado com a técnica "box jacking", um método de construção de atravessamento subterrâneo que consiste em empurrar uma ou mais caixas de betão pré-fabricadas no solo, através da utilização de macacos hidráulicos de alta capacidade, durante a escavação.
Este método é amplamente usado em ferrovias, estradas e rodovias com fluxo de tráfego ativo e visa evitar qualquer impacto no trânsito durante o processamento. A Estação Devesas localizar-se-á na proximidade da estação ferroviária existente e será projetada desenvolvendo um sistema de interface entre ambas as gares e os transportes públicos rodoviários que circulam naquele eixo de grande importância municipal - Rua Barão do Corvo e Rua do Conselheiro Veloso da Cruz.
O projeto desta estação dará particular atenção ao método construtivo, prevendo-se a sua execução pelo método "cut and cover" (vala escavada a céu aberto e depois recoberta), por forma a que o seu faseamento construtivo garanta o menor impacto possível no funcionamento das instalações e exploração do serviço ferroviário da Estação das Devesas, propriedade da Infraestruturas de Portugal (IP), bem como no tráfego rodoviário que acede àquela plataforma.
A linha em túnel mineiro prossegue daqui até à Estação Soares dos Reis, cuja construção integra dois poços sendo um de emergência e ventilação e outro só de emergência, com saídas para o exterior devidamente integradas na zona envolvente. A gare enterrada é delimitada a nascente pelo extremo sul da Rua de Gonçalo Velho Cabral e confronta a poente com a Avenida Infante Dom Henrique. Terá também ramificações subterrâneas para acesso pedonal à superfície à Rua de Gonçalo Velho Cabral a norte, para a Avenida do Infante Dom Henrique a poente, e para a Rua de Diogo Cão a nascente, bem como acessos verticais diretos para as veredas ajardinadas existentes.
O troço final até Santo Ovídio continuará em túnel e em trincheira, ficando a nova gare ligada à atual estação do metro, passando assim a existir duas ligações à Avenida da República e à Rua de António Rodrigues Rocha, à Rua de Fernão Mendes Pinto e à Rua do Conde Dom Pedro.
Será mantido o percurso pedonal existente desde a Avenida da República à igreja paroquial de Santo Ovídio. O faseamento construtivo da estação garantirá, diz a empresa, o menor impacto possível no funcionamento e exploração da estação existente, assim como, no futuro troço entre Santo Ovídio - Manuel Leão, da Linha Amarela.
A Estação Santo Ovídio constituirá um dos términos da Linha Rubi, pelo que se garantirá a execução de ramal de ligação à rede existente (Linha Amarela), de modo a permitir a injeção e retirada de veículos desta nova ligação e garantir a necessária inversão de veículos.