O fecho do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), das 24 às 8 horas, apanhou a população de Vale de Cambra de surpresa. Os utentes vão reunir hoje para contestar a decisão e decidirem possíveis acções de protesto em frente ao serviço agora encerrado.
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Há muito que a medida era dada como inevitável, mas o encerramento do SAP (das 24 às 8 horas), desde ontem, não deixou de causar um sentimento generalizado de revolta e surpresa. O SAP encerra, passando a funcionar o Centro de Saúde de Vale de Cambra, das 8 às 24 horas. Até o porta-voz da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos, criada para lutar contra este encerramento, se mostrava surpreendido com a informação avançada, ontem, pelo JN.
“Amanha, [hoje] vamos para a rua mobilizar o povo. Vamos reunir em frente ao edifício do SAP para falarmos com a população”, garantiu José Gaspar, referindo que o encontro com a população fica marcado para as 19.30 horas.
O porta-voz da comissão considera que as alternativas anunciadas para as situações nocturnas - urgências de Oliveira de Azeméis, Arouca e Santa Maria da Feira, assim como a colocação de uma ambulância do INEM nos bombeiros locais -, “não são soluções e apenas servem para tentar justificar o que não é justificável”.
Explica que há localidades onde os utentes demoram 45 minutos para chegar aos locais alternativos e que os 26 mil utentes justificam a criação de um Serviço de Urgência Básica (SUB).
José Gaspar recorda que, na segunda-feira, reuniu com o presidente da Câmara, José Bastos. “Foi-nos dito que estavam em negociações para as contrapartidas, mas, pelo que me parece, a Câmara concordou”, afirmou.
Os utentes que, ontem, se deslocaram ao centro de saúde local - que partilha o edifício do SAP -, mostravam também desagrado. “O SAP tem que manter-se. Se formos para o Hospital da Feira perdemos muito tempo”, afirmou Teresa Ferreira. “Há dias, o meu filho aleijou-se num dedo e esteve no hospital da Feira desde as 14 até às 19 horas para ser atendido. Não se admite. A população tem que se juntar para protestar”, concluiu.
O JN tentou mas não conseguiu falar com o presidente da Câmara, José Bastos.