Concelhia de Aveiro diz que a Junta de São Jacinto só deve assumir parte do montante, mas depois de uma auditoria às contas
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O PS de Aveiro defende que nem toda a dívida da Junta de São Jacinto - que ascende aos 730 mil euros e que foi contraída pelo anterior executivo, socialista - deve ser paga por aquela autarquia. E alega que 30 a 40% do passivo não deve ser imputado à Junta, mas sim ao presidente que a governou, entre 2017 e 2022, António Aguiar, eleito pelo PS.
"Tendo em conta o montante da dívida e os fundos disponíveis da freguesia, à época, não será arriscado apontar para que cerca de 30 a 40% daquele montante não seja validado, passando a responsabilidade para quem assumiu esses compromissos", deixou claro o PS.
Ao JN, esta segunda-feira, Paula Urbano, presidente da concelhia, atirou culpas ao "presidente da Junta, à data", salvaguardando, no entanto, que "só depois de haver uma auditoria às contas é que será possível saber tudo o que se passou". "Há muitas dúvidas, que só poderão ser esclarecidas pela Inspeção-Geral de Finanças", sublinhou.
"É preciso ter lata"
Em comunicado, hoje, a Aliança com Aveiro (PSD/CDS/PPM), que lidera a Junta de São Jacinto desde as eleições intercalares de novembro, alegou que "é preciso ter lata e demasiada desfaçatez" para o PS defender que a coligação "governe sem honrar compromissos e com más contas". "Repudiamos essa gestão e seguimos pelo caminho do rigor, na gestão da lei e das contas", afiançou.
Arlindo Tavares, o atual presidente da Junta, garante que, "o trabalho realizado junto dos credores, permitiu em parcos meses que a Junta não fosse alvo, até ao momento, de mais arresto de bens".
Contactado ao final da tarde de hoje pelo JN, António Aguiar recusou comentar o assunto.