<p>Um homem, de 45 anos, morreu esta sexta-feira, em Alcobaça, na sequência de uma queda do telhado de uma empresa. A vítima, perito de uma companhia de seguros, fazia a avaliação dos estragos do mau tempo na unidade industrial. </p>
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Os 41 trabalhadores da empresa Jomaze, uma produtora de cerâmica, assistiram horrorizados à queda do homem, em plena zona de produção. Eram 11.30 horas. O perito de avaliação de sinistros, a trabalhar para a seguradora Victoria, tinha subido para o telhado, minutos antes, e estava a tirar fotografias a um conjunto de telhas que, há duas semanas, tinham sido destruídas pelo mau tempo.
"Não conseguimos perceber como é que isto aconteceu. As telhas onde ele estava partiram-se, de repente, e ele caiu desamparado", contou ao JN Mário Sousa, um dos administradores, visivelmente consternado com a situação.
A vítima caiu de uma altura de cerca de cinco metros, junto à zona de acabamento das peças de cerâmica, onde o chão é em cimento.
Fonte dos Bombeiros de Alcobaça explicou que quando os elementos da corporação chegaram ao local, o homem já não apresentava sinais vitais. O óbito foi atestado, no local, pela equipa de Emergência Médica de Leiria, e o corpo foi retirado, cerca de quatro horas depois, por uma carrinha funerária.
"Isto causou um choque tal nos funcionários que decidimos suspender a laboração e mandar o pessoal desta zona para casa", adiantou ainda o administrador.
"Nunca tinha acontecido uma coisa destas", assegurou, afirmando-se "chocado" com a tragédia.
Foi no final de Janeiro que, devido a uma forte ventania, uma chaminé da fábrica caiu e atingiu parte do telhado da zona de produção. "Como estava a chover muito, nós comunicámos ao seguro, mas avançámos logo com a reparação para não causar danos no interior da empresa e nas peças", explicou João Xavier, outro dos administradores da fábrica de cerâmica decorativa. "Com a situação de dificuldade económica que se vive, não podíamos dar-nos ao luxo de parar a laboração e, por isso, a prioridade foi reparar os danos", contou ainda.
Duas semanas depois, a companhia de seguros enviou um perito para avaliar os estragos e confirmar o valor das reparações.
"O senhor [perito] pediu para ir ver as telhas e resolveu subir ao telhado para tirar umas fotografias à zona afectada", contou ainda, explicando que o homem subiu sozinho ao telhado e andou por ali uns minutos. "De repente, uma das telhas (transparente) partiu-se e fui alertado para a situação pelos gritos dos trabalhadores que assistiram horrorizados à queda", sublinhou, adiantando que "ainda corremos todos para lá mas já não havia nada a fazer".
A GNR de Alcobaça foi chamada ao local, bem como uma equipa da Autoridade para as Condições de Trabalho. Será feita uma investigação para apurar as causas do acidente. A vítima residia na zona de Oeiras.
O JN tentou contactar, sem êxito, a companhia de seguros, no sentido de obter mais esclarecimentos sobre o caso.