O reitor da Universidade do Minho (UMinho), Rui Vieira de Castro, deu as boas-vindas a cerca de 2900 novos alunos, esta segunda-feira. No discurso de acolhimento, relembrou o código de conduta da academia, para prometer que está comprometido "com a prevenção de práticas de assédio, sobretudo, sexual".
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A mensagem surge na sequência das denúncias que, entre o final do ano passado e o início deste ano, assombraram a instituição. Houve relatos de casos de exibicionismo junto a um dos edifícios pedagógicos no campus de Gualtar, em Braga, e queixas sobre um porteiro da residência universitária Carlos Lloyd, que acabou arquivado por falta de provas.
Aos novos estudantes, Rui Vieira de Castro assegurou que "a universidade não permite ações de violência física, verbal e psicológica, bem como práticas de intimidação, assédio ou humilhação". Sobre isso, o reitor reforçou que a instituição "está, aliás, comprometida com a promoção do valor da diversidade, com a prevenção de práticas de assédio, sobretudo sexual, com a promoção da inclusão e da igualdade de género, tendo assumido orientações próprias sobre estas matérias".
Uma das medidas já tomadas foi um acordo com a Associação de Psicologia (APsi-UMinho), da Escola de Psicologia da Universidade do Minho, que passou a prestar um serviço especializado de apoio a pessoas que na comunidade universitária sejam vítimas de violência, assegurando rapidez na resposta e sigilo absoluto.
Rui Vieira de Castro falou de compromissos, direitos e deveres, mas também apelou a uma atitude proativa dos novos estudantes. O responsável apelou a que os jovens participem nas atividades pedagógicas, mas também em eventos culturais, recreativos e em "experiências internacionais".
"A Universidade do Minho está hoje envolvida num processo de grande importância à escala europeia que é a participação na Universidade Europeia Arqus. Abrem-se novas possibilidades de conhecimento de outras geografias e de outras culturas, de centros de saber estrangeiros, fundamentais para que cada um de vós possa ser, cada vez mais, cidadão do mundo", defendeu o responsável.
Este mês, a Associação Académica da Universidade do Minho tem previsto um acolhimento, com atenção para a saúde mental. No mês dedicado à prevenção do suicídio, os estudantes vão promover um workshop com técnicas de relaxamento (dia 27 setembro), disponibilizar depósitos para mensagens de desabafo ou fazer divulgação de canais de apoio psicológico.
Juntam-se ao programa o habitual "Caloiro de molho" (21 setembro), visitas guiadas pelas cidades de Braga e Guimarães (dia 22), a latada (12 de outubro) e os concertos da "Receção ao Caloiro" (12 a 15 de outubro).
Atualmente, a Universidade do Minho conta com uma comunidade de 23 mil pessoas, das quais 20 mil são estudantes, que frequentam os mais de 200 cursos de licenciatura, de mestrado integrado, de mestrado e de doutoramento.