São Gonçalo de Amarante recebeu este domingo a visita de dezenas de romeiros que lhe quiseram prestar tributo: uns como santo curandeiro dos cravos (verrugas); outros como santo casamenteiro.
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A tradição do desfile dos romeiros é antiga e foi reativada em 2017 passando a figurar no programa d' O Junho de Amarante", as festas da cidade e concelho amarantino que se realizaram todos anos no primeiro fim de semana do mês de junho.
Já no século XVI os romeiros de vários pontos do país deslocavam-se a Amarante para pedir ao santo que lhes tirasse das mãos as lesões epidérmicas (verrugas). Diz a crença religiosa que deve ser ofertado um cravo vermelho por cada verruga e que mais tarde, por milagre de S. Gonçalo, as verrugas desaparecem.
Uma outra crença tem que ver com o desencalhar das solteironas. "S. Gonçalo eu não sou velha, Muito nova também não, Sinto que estou encalhada, Preciso de um empurrão", cantava o Rancho de Moure de onde "vêm as moças, Ansiosas por casar, Vêm fazer-te um pedido, Não as deixes encalhar".
Trajados a rigor e ao som das concertinas
Hoje ainda é o dia em que muitos assim veneram o São Gonçalo, embora a tradição do desfile dos romeiros seja mantida à custa da recreação levada a cabo pelos grupos folclóricos do concelho. Trajados a rigor, e ao som das concertinas e da viola amarantina, os romeiros desfilaram ao longo da cidade.
A meio da manhã deste domingo, partiram da zona de Santa Luzia em direção à Igreja de S. Gonçalo já depois de terem ido à zona do Arquinho.
Ao longo das ruas milhares de pessoas, a maioria de telemóvel em riste para o registo do momento, assistem à passagem dos romeiros: elas com cestos de cravos à cabeça; eles com adornos enfeitados também por cravos vermelhos, designadamente, nos chapéus, nas varas e nas lapelas. "Cumprindo a tradição, Nós vimos à romaria, Espalhar animação, E dar asas à folia!".
As festas d´O Junho terminaram à noite com um novo desfile, desta vez das marchas luminosas.