<p>Uma rota turística inovadora que mostra o percurso da cortiça desde as cascas dos sobreiros ao engarrafamento é a nova proposta de São Brás de Alportel, no Algarve, para conquistar turistas aos concelhos do litoral algarvio.</p>
Corpo do artigo
O projecto está a ser desenvolvido pelo Museu do Trajo de São Brás de Alportel e é uma das muitas ideias que integram o pacote "Algarve Sustentável", um conjunto de iniciativas de desenvolvimento local para dinamizar o interior da região, uma zona que vive um pouco à margem do turismo de massas do litoral.
Para o director do museu, Emanuel Sancho, a nova Rota da Cortiça constitui "um produto turístico-cultural, composto por várias componentes que pretende ocupar, para já por um dia, um turista" que queira conhecer um pouco da história e tradição deste produto.
Os grupos de visitantes terão guias próprios e passarão por vários espaços, desde montados a fábricas passado por actividades mais artesanais, tendo sempre em comum a cortiça, um produto que é também o símbolo do concelho, graças ao micro-clima local que faz dele a casa natural para os sobreiros.
"Aqui em São Brás de Alportel estão reunidos todos os ingredientes: temos 150 anos de história ligados à cortiça" e "são gerações atrás de gerações que têm trabalhado" no sector, existindo "ainda dez fábricas em funcionamento, algumas com alta tecnologia", considerou Emanuel Sancho.
Por isso, "tem toda a razão de ser um produto turístico baseado na cortiça", até porque a batalha é combater a desertificação.
"Nós temos vivido nesse dilema de haver um Algarve desenvolvido onde há emprego e corre o dinheiro, muito sazonal, e um Algarve que está sempre na margem", recorda o responsável.
Licores de figo, observação de pássaros, cultivo de ervas aromáticas, passeios de burro ou percursos serranos são algumas das outras propostas com que o interior algarvio vai tentar "roubar" turistas ao litoral e inverter a desertificação do território, num projecto denominado "Algarve Sustentável".
"O Algarve sustentável é uma estratégia de eficiência colectiva" que inclui o "desenvolvimento do eco-turismo, turismo de natureza e local, "ligados por um fio condutor que é a via Algarviana", resumiu Artur Gregório, elemento da associação de desenvolvimento local In Loco, uma das promotoras do projecto em parceria com os ambientalistas da Almargem.