Rui Moreira traçou, esta quinta-feira, como principal desafio do movimento pelo qual foi eleito para a Câmara do Porto o do combate à abstenção. E pediu empenho para que "se mostre que, no Porto, a cidadania é diferente".
Corpo do artigo
Num jantar de comemoração do 10º aniversário da vitória do "O Nosso Partido é o Porto", Rui Moreira enumerou as principais obras concretizadas desde 2013, como o Bolhão, o Pavilhão Rosa Mota ou o Batalha e deixou um aviso para o futuro: é preciso combater a abstenção ou movimentos como o seu e a "própria democracia" estão "condenados".
"O que está a acontecer, fruto da viciação das pessoas nas redes sociais e da indignação por epifenómenos é que o eleitorado começa a não ir votar em projetos mas vai votar contra", começou por explicar o presidente da Câmara do Porto, num jantar da associação cívica "Porto, o Nosso Movimento".
Para Rui Moreira, as recentes eleições na Madeira foram a prova disso. "As pessoas são incapazes de sair de casa, o que obriga que as forças políticas e os independentes se empenhem", considerou.
Por isso, apelou ao movimento pelo qual tem sido eleito desde 2013 para levar a que "as pessoas venham discutir, mas votem". "Pelo menos, aqui no Porto, temos que resistir a esta torrente", afirmou, avisando: "Se não for assim, não é só os independentes que estão condenados, é a própria democracia. Vamos ter partidos de causas ou de outra natureza, que me preocupam muito".
Para combater o atual estado de afastamento dos cidadãos, o autarca independente exortou o seu movimento a "organizar algo que mostre que a cidadania, no Porto, funciona de maneira diferente. "Empenhem-se na defesa dos nossos valores", pediu Rui Moreira, lembrando que, no Porto, as pessoas "têm uma visão patriótica e nacionalista". "Temos que lidar com o patriotismo das pessoas e repercutir na nossa prática e na nossa ação aquelas que são as aspirações das pessoas", aconselhou.
"As grandes políticas têm que estar concentradas nos grandes desafios da cidade e não esquecer de se ser exigentes com o Poder Central", concluiu Rui Moreira, num jantar em que o vice-presidente da Câmara e presidente da associação cívica, Filipe Araújo, teceu rasgados elogios ao presidente "que todos os dias se reinventa" e elogiou "a forma de estar e de fazer política autárquica" diferente com que o movimento tem liderado a Câmara do Porto há dez anos.
De fora dos discursos ficou o futuro do movimento e as suas opções nas próximas eleições autárquicas e a disponibilidade já manifestada por Filipe Araújo para encabeçar uma lista do "Porto, o Nosso Movimento", que criou algumas divisões internas e levou à saída da associação cívica do vereador Fernando Paulo.