Reunido este fim de semana com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, voltou a insistir, junto da governante, na importância de acelerar o processo para a instalação de mais videovigilância na cidade, lamentando uma vez mais a falta de polícia.
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Para que não restem dúvidas, caso existam, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, volta a traçar o diagnóstico: "Não é apenas a criminalidade violenta que nos preocupa. As pessoas sentem-se muito afetadas relativamente aos seus pertences, ao verem os seus carros assaltados duas ou três vezes e perceberem que nada acontece. A esmagadora maioria dessa criminalidade tem como origem o consumo e tráfico de droga, claramente".
O autarca sublinha o facto de que "pessoas que têm adição e precisam de cem ou 200 euros por dia não têm nenhuma outra hipótese que não seja fazer este tipo de assaltos". Moreira insiste na necessidade de serem implementadas medidas "a jusante e outras a montante" para reforçar a ação das autoridades. Garante que o Município pode ajudar, "ao dar à polícia os recursos que ela não tem". São eles automóveis e videovigilância, por exemplo, não deixando também de lamentar o facto de a Polícia Municipal reunir 170 efetivos quando precisaria de 300.
Numa nova reunião com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o presidente da Câmara do Porto diz ter chamado à atenção "para se avançar com o processo de videovigilância que está preso na Comissão Nacional de Proteção de Dados" (CNPD). As câmaras estão compradas, garante o autarca, sendo apenas necessário o parecer da CNPD "ou da senhora ministra, porque o parecer deles não é vinculativo".
Rui Moreira falava aos jornalistas nas Campinas, à margem da entrega de prémios aos três vencedores do concurso de "A Melhor Entrada" de edifícios municipais. A segunda fase para a instalação de videovigilância passará, precisamente, por lá.
"Mas, depois, há uma parte que tem de ser a polícia a fazer. Precisamos que haja visibilidade da polícia também para tranquilizar os cidadãos", reforça, afirmando ouvir relatos de cidadãos que se queixam de não ver polícia na rua "há meses". Foi o caso de Ramalde, onde este domingo à noite a PSP realizou uma operação de fiscalização automóvel.
"As pessoas dizem que há ocorrências em que são assaltadas e que chamam a polícia, mas a polícia não tem efetivos para lá mandar. Portanto, não vale a pena escondermos o problema. Vejam bem os carros da PSP. Parecem carros do Museu do Caramulo. Não há o mínimo de condições", constata.
"A perceção de insegurança existe e compete-me ser o interlocutor entre a minha população e os responsáveis quer do Governo, quer das polícias", justifica. Moreira acredita, contudo, que Margarida Blasco está "tão preocupada" quanto o Município relativamente a estes fenómenos.