O município de Ponte de Lima tinha agraciado, em 2009, Francisco Sampaio com a Medalha de Mérito Cultural pela sua função durante quase três décadas à frente da região de turismo. Agora, Sampaio devolveu a distinção à autarquia limiana, em forma de protesto.
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Francisco Sampaio, presidente da comissão de festas da Senhora da Bonança, insurgira-se contra a mudança de data aprovada em reunião do Executivo limiano, sem que tivessem encetado “qualquer contacto por escrito ou mesmo uma só palavra de alerta nos fosse prestada”.
Acrescenta que a decisão unilateral do município de Ponte de Lima “ultrapassa tudo o que a UNESCO reclama para a salvaguarda do Património Cultural Imaterial que, curiosamente, Ponte de Lima e bem assume como “Terra Rica de Humanidade”, anotando ainda que as festas ancorenses tiveram um prejuízo de cerca de 25 mil euros de receitas não cobradas pelo aluguer do terrado às diversões que falharam este ano, embora o número de visitantes tivesse aumentado.
Frisou ainda Sampaio que esta alteração coincidiu com os 128 anos da realização das Festas de Vila Praia de Âncora e com o 50º aniversário da realização da primeira procissão naval da Senhora da Ínsua, incluída no programa dos festejos, pondo ainda em causa a mudança do calendário religioso, sem que a diocese se pronunciasse, concluiu.
Esta polémica também mereceu uma apreciação por parte do presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, referindo Manuel Marques em Assembleia de Freguesia na qual o assunto foi apreciado que “a data me é indiferente”, porque “não sou fundamentalista”, aduziu, embora discordasse da alteração introduzida por Ponte de Lima, ao “fazerem-se esquecidos de que havia Vila Praia de Âncora”.
Contactado, pelo JN, o presidente da Câmara de Ponte de Lima, Victor Mendes, optou por não se pronunciar sobre a devolução da medalha feita pelo dirigente da extinta Região de Turismo do Alto Minho.