Emanuel, Santamaria e José Cid são os cabeças de cartaz. Carros dos pastores vai ser substituído, ao fim de 60 anos, para dar mais condições de segurança.
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Dois anos depois do início da pandemia, o S. João de Braga vai voltar a ser celebrado nas ruas da cidade, a partir de 15 deste mês, com 270 horas de programação e os artistas Emanuel, Santamaria e José Cid entre os cabeças de cartaz.
Neste regresso, a organização decidiu dar destaque à tradição do Carro dos Pastores e, além da presença nas ornamentações, está prometido um novo carro alegórico que seguirá no cortejo sanjoanino, dia 24.
"Uma das novidades é que será substituído o carro com mais de 60 anos para dar mais condições de segurança", adiantou, ontem, o presidente da Associação de Festas do S. João, Firmino Marques, na apresentação da programação, lembrando "a sucessão de gerações" que já integraram, desde o século XVII, esta tradição associada ao nascimento do padroeiro das festas.
O carro alegórico segue com 14 crianças vestidas de pastores, ao lado de figurantes a representar os anjos, Isabel, Zacarias e o pequeno S. João. No mesmo cortejo, que atravessa o centro da cidade, vão o Carro das Ervas e do Rei David.
Aclamação das flores
No dia 24, são, também, esperadas milhares de pessoas para a aclamação de flores, no Largo do Paço, e para a procissão que sai da Sé de Braga. A igreja de São João de Souto e a capela de São João da Ponte serão ponto de referência para outras celebrações religiosas.
Ao nível festivo, mantêm-se o cortejo das rusgas, as rodopiadas de gigantones e cabeçudos, concertos de bandas filarmónicas e o fogo de artifício no Monte Picoto e na Avenida Central.
"Temos um programa denso, para todos os gostos, não esquecendo o programa religioso", atestou Firmino Marques, adiantando que o investimento global do evento "é de cerca de 400 mil euros".
300 mil foliões
Ao nível dos visitantes, só na principal noitada da romaria, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, estima a presença de 300 mil foliões. Contudo, a organização quer, ainda, chegar às comunidades de emigrantes, através de atividades online. "Os últimos dois anos foram exigentes, mas trouxeram uma aprendizagem. A dimensão digital não só permitiu aos bracarenses participarem no S. João, como levou-o mundo fora. Mesmo retomando a rua, a dimensão digital nunca poderá ser descurada", frisou o autarca.
Os comerciantes, também, foram desafiados "a transformarem as montras", adiantou o presidente da Associação Empresarial de Braga, Daniel Vilaça.
Mil pessoas estão envolvidas na organização do S. João de Braga, durante os dez dias de programação. Ao todo, há 365 entidades.
A competição pela melhor cascata sanjoanina vai decorrer no comercial Braga Parque, onde os trabalhos estarão expostos, a partir de 15 deste mês.
No arranque das festas, dia 15, será apresentado o projeto "São João Hoje", uma reinterpretação do cancioneiro sanjoanino coordenado por Daniel Pereira Cristo.