A Segurança Social de Braga vai assumir, a partir desta segunda-feira, as rédeas da gestão do Lar do Centro de Apoio e Solidariedade da Pousa, em Barcelos, onde estão 13 utentes infetados e três sem a presença do Covid-19.
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Fonte da delegação de saúde adiantou ao JN que sete outros utentes estão internados no Hospital local, em tratamento contra a doença.
A passagem da gestão para o organismo estatal será concretizada numa reunião a realizar hoje com a Câmara, a delegação de saúde, a Cruz Vermelha, e a direção do Lar. A medida surge depois de alguns familiares dos utentes se terem queixado de que "não conseguem contactá-los e de que não há ninguém responsável no interior do lar que os atenda ou forneça indicações".
Os familiares disseram ao JN que, "parece haver uma situação de indefinição no Lar, sem que haja alguém que se responsabilize".
Afirmam ter informações de que, devido à falta de funcionários, que estão doentes ou em isolamento profilático, os 16 utentes estão a ser apoiados por uma equipa de voluntários da Cruz Vermelha de Braga. Só que - assinala - "os voluntários acabam por ficar pouco tempo, por temerem ser contagiados com o vírus".
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A este propósito, o presidente da Cruz Vermelha de Braga, Armando Osório disse ao JN que o organismo não gere o espaço, apenas fornece as equipas de voluntários, de acordo com o que foi estabelecido com a Câmara - que tinha a tarefa de coordenação, até hoje - a Segurança Social, e a delegação de saúde.
"É natural que haja pessoas que desistam, a tarefa não é fácil e existe risco de contágio", explicou.
Já o presidente da Direção do Lar, Joaquim Pereira adiantou ao JN que a situação é preocupante, por, supostamente, os três utentes não-infetados não estarem separados dos outros 13: "se assim for, é incompreensível", lamentou. Esta hipótese é, no entanto, descartada pela Câmara, que garante que existem alas para os infetados e para doentes.
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O dirigente da IPSS salienta, ainda, que, desde que se soube que havia um utente infetado, todo o processo se desenvolveu com grande descoordenação: "em Barcelos, ao contrário de outros concelhos vizinhos, ninguém sabia como as coisas se faziam", disse.
Joaquim Pereira desmente uma outra crítica feita por familiares, a de que os «voluntários» não fazem a necessária limpeza do espaço: "o lar foi desinfetado na quinta-feira pela GNR e uma equipa de sete pessoas, incluindo familiares meus e funcionários que estão de baixa, limparam as instalações".
A partir daí - sublinha - se não há limpeza, a culpa não é da direção, que está assumida, agora, pelo seu vice-presidente.
Os utentes do Lar estiveram, na semana passada, e durante dois dias, no Seminário da Silva, em Barcelos, e regressaram sexta-feira, após a desinfeção.