O sem-abrigo do Porto que está, desde domingo, num passeio sem se conseguir mexer, foi internado compulsivamente esta sexta-feira, depois de retirado do local por uma equipa do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo do Porto.
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"O caso está sinalizado e a ser acompanhado em termos de saúde pública, para ser equacionada a melhor resposta face às atuais condições do cidadão", garantiu a Segurança Social, num esclarecimento enviado ao JN. Por sua vez, a Câmara Municipal do Porto adiantou que vai apresentar um pedido de internamento compulsivo. Esta sexta-feira, esse pedido foi autorizado pela delegada de saúde e o sem-abrigo já foi retirado do local por uma equipa do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo do Porto.
A situação de saúde de António Gomes estava a preocupar moradores e comerciantes da zona do Jardim do Carregal. "Quinta-feira à noite, esteve no local o INEM com uma psicóloga e uma equipa de rua. Estiveram a ver as feridas que tem nas costas e nas pernas. Mas não o conseguiram convencer a ir ao hospital", revela Ramiro Medeiros, o proprietário de uma tabacaria na rua Clemente Meneres que, tal como outros comerciantes e moradores, exigem o internamento compulsivo do sem-abrigo.
"Estamos preocupados com o calor que vem no fim de semana. Não estaremos todos por cá para olhar por ele. Aquilo já não é um sem-abrigo com vontade, é uma pessoa doente. Não se vai aguentar. Vai acabar por morrer ali", teme Ramiro Meneres.
Contactado pelo JN, o presidente da Junta de Freguesia do Centro Histórico do Porto, Nuno Cruz explicou que "quer a Junta quer a Câmara podem , através dos serviços sociais, pedir o internamento compulsivo do senhor à delegada de saúde mas terá que ser a delegada de saúde a concretizar o procedimento". Uma vez que o caso está a ser acompanhado pelo Município, Nuno Cruz considera que deverá ser a Câmara a fazer esse pedido.
Por sua vez, a Câmara Municipal do Porto emitiu um novo esclarecimento, onde revela: "Trata-se de uma pessoa com problemas de saúde, que por respeito da lei de proteção de dados não podemos detalhar, já com processo de maior acompanhado. Já esteve no Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano por diversas vezes e saiu por iniciativa própria. Rejeita qualquer tipo de intervenção social".
Ainda assim, assegura o Município, "a equipa de rua municipal multidisciplinar continua a acompanhar o processo e a Câmara do Porto tem vaga para voltar a integrar no Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano, desde que aceite a intervenção. O NPISA Porto (Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo do Porto) pediu a intervenção da Autoridade de Saúde, nomeadamente o internamento compulsivo caso se verifique risco de saúde/vida".