Sem esta consulta para imigrantes, Júlia só podia ir à urgência e ao privado
A Unidade Local de Saúde de Matosinhos criou um serviço destinado a imigrantes que ainda não têm número de utente. Já foram atendidas 1300 pessoas.
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Brasileiros, argentinos, colombianos, venezuelanos, africanos, ucranianos, russos... As consultas no Centro de Saúde de Matosinhos seguem de nacionalidade em nacionalidade. Em 2023, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos criou uma consulta destinada aos imigrantes “irregulares”, que ainda não têm número de utente definitivo, para que dessa forma possam aceder ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). A consulta é destinada apenas aos imigrantes residentes no concelho e desde que foi criada já foram atendidos mais de mil utentes. Há muitas crianças e mulheres grávidas.
Júlia, de sete anos, chegou pela mão da mãe, por volta das 11 horas, para a primeira consulta. Apesar de viver em Portugal há dois anos e sete meses, a menina brasileira ainda não tem número de utente definitivo. “Graças a Deus, a Júlia não precisou de ir ao médico muitas vezes”, conta a mãe, Raíce Damascena. Contudo, das vezes em que precisou de ser vista por um médico, a mãe teve que recorrer a hospitais ou a privados.