Serração de pedra incomoda Fontão

"É uma situação que nos traz incomodados. E não é para menos. Esta é uma zona habitacional sossegada e, caso seja aprovado o funcionamento da fábrica, nada mais será como antes", insurge-se Cidália Oliveira, residente no lugar de Queimada, em Fontão, para onde está prevista a instalação da unidade de transformação de rochas ornamentais (em espaço onde chegou a funcionar uma empresa têxtil, encerrada há anos). Para a residente, o ruído e o pó estão na origem das preocupações formuladas pelos moradores.

Entidades contactadas

"Isto é algo que não cabe na cabeça de ninguém", acrescenta Duarte Pereira, um dos promotores do abaixo-assinado, documento que viria a ser rubricado por perto de duas centenas de moradores. Segundo o residente, o documento foi enviado, "em meados do mês passado", à Junta de Freguesia, Câmara Municipal, Parque da Peneda-Gerês e Ministério do Ambiente, aguardando os moradores desde então por uma resposta. "Há zonas próprias para a instalação de unidades deste tipo", observa. O mesmo diz Rosa Rebouço, proprietária de uma padaria situada a escassas dezenas de metros do local para onde está prevista a unidade: "este não é lugar para uma indústria desse tipo. Nem de perto nem de longe".

Adiantando que o local para onde está prevista a serração de pedra é "muito populoso", o autarca de Fontão, Pires da Silva, dá conta que a população "está bastante preocupada com o projecto", cujos contornos afiança desconhecer. "A Junta não tem conhecimento da proposta. Sabemos apenas que se trata de uma empresa de Viana do Castelo que se quer implantar aqui. Mas estamos ao lado da população. As pessoas não podem ser prejudicadas", diz.

O JN tentou ouvir a Câmara de Ponte de Lima sobre a eventual instalação da unidade em Fontão, mas tal não foi, ontem, possível.