O autarca de Viana do Castelo, Luís Nobre, garantiu hoje que a realização da última etapa da Volta a Portugal, no dia 20 de agosto, feriado e dia principal da Romaria de Nossa Senhora d'Agonia, está a ser preparada "com competência e rigor" e não obrigou "a condicionalismos acrescidos".
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Em causa estão críticas da população, que foram ganhando eco nos últimos dias nas redes sociais, relativamente à "sobreposição" dos eventos.
"Somos responsáveis e estamos a organizar as coisas com todo o cuidado e envolvendo todas as entidades, quer forças de segurança e policiais, a Diocese, a paróquia, a comissão executiva da Romaria, no sentido de as coisas correrem da melhor forma", afirmou hoje o presidente da Câmara de Viana do Castelo, aos jornalistas, no final da reunião quinzenal do executivo municipal.
Luis Nobre referiu que os condicionalismos de trânsito serão os habituais das festas noutros anos, apesar de existir "uma sobreposição parcial" da romaria com a prova rainha do ciclismo português, cuja última etapa vai ser um contrarrelógio, que atravessa o centro da cidade e termina com subida até ao Santuário de Santa Luzia.
Nesse dia, está prevista a realização da tradicional Procissão ao Mar, em honra de Nossa Senhora d'Agonia, padroeira dos pescadores e que decorre na parte da Norte da cidade (Santuário e campo d'Agonia, e doca).
O planeamento da festa foi abordado esta tarde numa conferência de imprensa, em que foi referido que o acesso a Santa Luzia estará cortado durante todo o dia 20, e que quem quiser assistir à chegada dos ciclistas à meta, junto ao Santuário, terá de deslocar-se antes desse horário, ou subir a pé pelo escadório ou no elevador. As autoridades recomendam que, nesse mesmo dia, quem se dirija à cidade, utilize a aplicação de telemóvel "Romaria n'Algibeira", que informa quais os acessos desimpedidos, condicionados ou cortados, e respetivos horários.
"Queria deixar esta tranquilidade. A Procissão ao Mar e parte da última etapa da Volta, complementam-se. Não há concorrência no que é espaço físico, nem nos que são as circulações. Já havia cortes no trânsito. Já não se andava no centro histórico no dia da Procissão ao Mar", frisou, acrescentando ainda que a realização da Volta "não influencia o que é a dinâmica e constrangimentos que a Romaria provoca, no perímetro do centro histórico, caminho de ferro, frente fluvial e zona poente".
Autarca justifica "coincidência" de eventos
Segundo o anunciado pelo diretor da prova, Joaquim Gomes, a "cronoescalada" da 84ª Volta a Portugal, partirá da Alameda 5 de Outubro", percorrerá "os primeiros metros na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra" e terminará no Santuário de Santa Luzia. Um percurso que foi aprovado "numa reunião no âmbito do sistema de segurança interno, onde estiveram representantes da Direção Nacional da PSP e outras entidades que colaboram na organização da Volta a Portugal".
Esta terça-feira, o autarca Luís Nobre justificou "a coincidência" de eventos.
"Não foi uma vontade, foi uma consequência. Tivemos a Jornada Mundial da Juventude, que obrigou a que a Volta a Portugal avançasse uma semana e que veio provocar esta coincidência", explicou.
"Tínhamos um contrato para a realização da última etapa em Viana do Castelo e tínhamos de cumprir. E agora perante uma dificuldade, encontrámos uma solução, que implica maior planeamento e envolvimento de todos, o que está a ser feito com toda a competência e rigor", concluiu.