Uma funcionária da creche da Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima foi suspensa da instituição por ser suspeita de ter agredido um bebé com cerca de sete meses.
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A suspensão ocorre três semanas depois de os pais da criança se terem apercebido de um hematoma na face esquerda do rapaz, terceiro filho do casal, e apresentado queixa na instituição, por não aceitarem a explicação dada pela técnica.
O caso, que remonta à tarde de 28 de Dezembro, deu origem a um inquérito interno e será com base em "indícios de agressão" aferidos entretanto que a Misericórdia decidiu agora suspender de funções a auxiliar por 90 dias.
Os pais, ele professor de Educação Física e treinador das camadas jovens da Associação Desportiva Os Limianos, e ela funcionária administrativa do hospital de Ponte e Lima, também apresentaram queixas na GNR e na Segurança Social.
"A mãe, ao ir levantar o miúdo, no dia 28 de Dezembro, apercebeu-se que ele tinha a face esquerda negra, perguntou à técnica que o entregou o que se tinha passado e ela respondeu que provavelmente (o bebé) tinha batido nas grades. A mãe não gostou, telefonou-me e fomos à secretaria da instituição fazer uma queixa, porque achámos que aquilo era muito suspeito", contou Jaime Matos, o pai da criança, referindo que "o hematoma era muito visível, tanto que só dali a duas semanas é que saiu". "Sinceramente, posso estar errado, mas não me parece que tenha sido de bater, parece mais que foi o apertar da bochecha", acrescentou o progenitor.
Segundo declarações prestadas à agência Lusa pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima, António Veloso, a suspensão na última quinta-feira, da funcionária, que há 17 anos trabalha na instituição, trata-se de "uma medida preventiva", sendo que entretanto, decorre o processo disciplinar, para apurar "toda a verdade dos factos". "O nosso jurista, responsável pelo inquérito, concluiu que há indícios [de agressão] e, por isso, a Mesa decidiu suspender a funcionária sem vencimento", referiu, acrescentando: "O processo disciplinar é que há-de dizer se é uma medida que peca por excesso ou defeito".
Os queixosos têm mais duas filhas, com seis e nove anos, que também frequentaram a referida creche. "Nunca tivemos queixa alguma da instituição", afirma Jaime Matos.