<p>O regresso a casa foi fatal para um taxista de 37 anos, ontem, sábado, de manhã, em Coja, Arganil. O carro em que seguia embateu num camião e incendiou-se, tendo-lhe causado a morte. O pai teve conhecimento quando se encontrava na vila para tomar café.</p>
Corpo do artigo
Adelino Marques Santos trabalhava como taxista, à noite, em Coimbra (a cerca de 50 quilómetros de sua casa) e regressava a Coja ao amanhecer, naquela que era a sua rotina habitual. Por volta das 7.20 horas, já próximo da casa onde habitava (na Estrada Nacional 341), Adelino não se terá apercebido de um camião carregado com madeiras, que vinha de uma via secundária, junto a um pinhal. O carro em que seguia, da marca Opel e movido a gás, ficou debaixo da galera do camião, tendo-se incendiado de seguida. A viatura ardeu e ficou irreconhecível, tal como o seu condutor, que ficou carbonizado.
No local onde o acidente ocorreu, situado numa recta perto de umas vinhas (a cerca de 500 metros de umas bombas de gasolina), ainda se sentia o cheiro a queimado ao final da manhã, cerca de cinco horas depois da tragédia. O veículo pesado envolvido na colisão com o carro de Adelino também se terá incendiado.
No local estiveram os Bombeiros Voluntários de Coja, que mobilizaram 24 homens. Segundo o comandante dos bombeiros, Paulo Tavares, os trabalhos no terreno prolongaram-se por várias horas, tendo ficado concluídos por volta das 11 horas.
O corpo da vítima mortal foi transportado para o Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), em Coimbra. O que sobrou do carro foi levado para uma oficina em Gândara de Espariz, uma localidade situada ao lado de Coja.
Apanhados de surpresa
Segundo o que o JN conseguiu apurar junto da vizinhança, Adelino era divorciado e vivia com os pais no bairro social de Coja, ao lado de uma oficina de automóveis. O pai é estucador e ontem de manhã deslocou-se normalmente à vila para tomar café, quando foi informado da morte do filho por uma pessoa conhecida. "Ele costumava chegar a casa por volta das seis horas da madrugada. Ontem deve ter tido algum cliente até mais tarde e atrasou-se", conta o pai (com o mesmo nome da vítima mortal), visivelmente abalado.
Ontem o ambiente era de grande consternação no bairro onde Adelino habitava. Os pais estavam em estado de choque com o acidente, ao qual ainda nem sabiam como reagir. Adelino era uma pessoa muito querida no bairro, levando os vizinhos a dirigir-se à casa dos pais para tentar dar algum conforto. "Não lhe podia ter acontecido a ele. Era tão boa pessoa", exclamava uma vizinha, à porta de casa dos pais.
Dor pelo filho
Adelino teve um filho que faleceu com pouco mais de dois anos. Se fosse vivo, teria celebrado esta semana sete anos. "Despedi-me do meu filho da mesma varanda de onde me despedi do meu neto", lamenta a mãe de Adelino, ainda muito transtornada com a tragédia que acabara de suceder, contando que viu o filho pela última vez na noite anterior, e se despediu da varanda de sua casa.