Pedro Pestana escreve e canta para esbater as barreiras da deficiência. A ideia brotou numa noite de insónia, e fez Pedro Pestana sonhar com um mundo em que todas as crianças sejam vistas como iguais, tenham ou não limitações ou deficiência. A apresentação de "Outra vez, João Balão?" está marcada para 17 de junho, às 21 horas, no Auditório Municipal de Esposende.
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Desse sonho nasceu, em 2019, o audiolivro infantojuvenil "Histórias do João Balão", que pode ser visto ou sentido por todos os meninos, desde os que têm défice de atenção e dislexia até aos que são surdos, cegos, autistas ou padecem de perturbações motoras. Incluindo os que não têm qualquer condição especial.
A sequela do primeiro livro - "Outra vez, João Balão?" -, que o terapeuta da fala de Esposende se prepara para lançar, segue o mesmo modelo, e também é editado em duas versões, sendo uma delas em Braille. Mas, desta vez, é escrito em coautoria, e conta com a participação de crianças e pais.
"O livro parte de vários motes que as crianças me foram dando. Esse é o verdadeiro conceito de inclusão", defende Pedro Pestana, que tem "uma paixão gigante pela profissão" e quis "diluir barreiras entre o conteúdo criado e a criança que tem alguma incapacidade".
A ideia é ser para todos; é não haver distinção e não se perceber quem é cego ou surdo ou quem tem perturbação do espetro do autismo
As edições são acompanhadas de um CD com as histórias musicadas, aquilo a que o autor chama "fado para crianças", havendo ainda espetáculos ao vivo que também são protagonizados pelos mais pequenos.
"A ideia é ser para todos; é não haver distinção e não se perceber quem é cego ou surdo ou quem tem perturbação do espetro do autismo", diz o terapeuta, que trabalha principalmente com crianças e, além de cantar os temas do livro, também toca guitarra portuguesa e viola de fado.
A apresentação de "Outra vez, João Balão?" está marcada para 17 de junho, às 21 horas, no Auditório Municipal de Esposende. Será um espetáculo inclusivo, com interpretação em linguagem gestual e, uma vez mais, vai contar com a participação de meninos com vários perfis funcionais. Sempre na perspetiva de "diluir a diferença, para que não se perceba se ela existe ou não".