A história de Gui - o golden retriever desaparecido, em maio do ano passado, em Melides, Grândola, que supostamente se reencontrara com o dono, domingo, em Gondomar, 539 dias depois - sofreu uma reviravolta.
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Afinal, o cão poderá não ser o animal de companhia do ex-bancário António Costa. Só um teste de ADN, que vai ser realizado esta quarta-feira, num laboratório de Lisboa, poderá tirar as dúvidas.
Na noite de segunda-feira, uma mulher contactou Magda Ferreirinha, gestora da página de Facebook "Ajudem a encontrar o Gui", afirmando que o suposto Gui se trata do cão de uma amiga sua, de Gondomar, desaparecido este ano.
"No domingo, assistimos a um encontro emocionado e, agora, em cima do cansaço, surge esta deceção", lastima Magda Ferreirinha, de Coimbra, que, ao ter tido conhecimento do desaparecimento do animal, criou a página e correu o país à procura do Gui, mesmo sem conhecer o golden retriever que estava em parte incerta.
Esta quarta-feira, garante Magda, vai ser realizado um teste de ADN, no único laboratório do país habilitado para o efeito, tendo por base pelos do animal desaparecido (que estavam ainda na escova com que era escovado diariamente) e os do cão encontrado, há dias, em Gondomar.
António não esconde a tristeza e as dúvidas. O Gui fez-lhe uma "festa", tem todos os sinais físicos (dentes tortos e mancha castanha), mas ainda não retomou alguns comportamentos antigos. "Antes, ia ver TV mas agora não sai da cozinha. Quando está no quintal, anda à procura de uma forma de escapar. Sinto-o triste e não parece estar em casa. Desde que desapareceu muita coisa lhe pode ter acontecido, mas começo a achar que talvez não seja ele e eu só quero que o animal seja feliz", diz, afirmando não querer ficar com um animal que não é seu, mas estar disposto a dar-lhe uma casa, se ninguém o quiser.
Querem testar reação aos donos
Tanto António como Magda dizem estar física e emocionalmente desgastados com toda a situação e não sabem ainda se a busca pelo Gui irá continuar se se confirmar que não é o cão encontrado em Gondomar. Não se sabe quando é que os resultados do teste de ADN vão ser conhecidos. Mas, antes disso, os atuais responsáveis pelo animal estão a equacionar levá-lo, de novo, a Gondomar, para testar a sua reação à mulher que diz ser sua dona.
No Facebook, multiplicam-se as críticas e as palavras de tristeza pelo revés numa história que, afinal, está longe do fim e da felicidade, tanto para o cão como para os donos.