<p>Vinte e quatro pessoas deram entrada, ontem, no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, vítimas do acidente na A25, na zona de Talhadas. Desses, 19 eram adultos, três com ferimentos graves (tendo sido transferidos para os Hospitais da Universidade de Coimbra), cinco eram crianças com ferimentos ligeiros e um cadáver de uma mulher portuguesa, 52 anos, residente no Brasil. Por identificar estavam também as outras quatro vítimas mortais que deram entrada no Instituto de Medicina Legal de Aveiro. </p>
Corpo do artigo
Vítor Barros foi um dos primeiros feridos a dar entrada no hospital de Aveiro. Com ele, na ambulância, vinham também a mulher e o filho de quatro anos, todos com ferimentos ligeiros. Por volta das 20 horas, apenas a mulher se encontrava em observação. "Esteve a fazer exames e vamos agora aguardar os resultados dos raios-x", contava, aos jornalistas, enquanto cuidava do filho que "teve um pequena fissura no dedo indicador".
Aquela família do Porto seguia em direcção ao Fundão, no sentido Aveiro-Viseu. Mal entrou na A25, Vítor diz ter-se apercebido do intenso nevoeiro e, por isso, "a primeira reacção foi abrandar". Já a chegar ao nó de Talhadas, três carros parados no lado esquerdo da faixa obrigaram a um novo abrandamento. "Consegui meter-me no lado direito e, quando parei, um camião bateu-nos por trás e fomos arrastados uns 30 ou 40 metros", contou, dizendo que depois disso "começou o caos". Um segundo camião não conseguiu parar a tempo e foi embater no primeiro. "Só me lembro de conseguir tirar o meu filho e a minha mulher do carro e olhar para trás e ver o atrelado do camião a arder", recorda.
Fumo e sangue
Marco Martins, de 14 anos, natural de Vouzela, foi também uma das vítimas atendidas no hospital de Aveiro e também ele recorda os momentos de horror que viveu. Teve apenas ferimentos ligeiros num dos pés, e do que mais se recorda "é do fumo preto que saía dos carros e das pessoas com sangue na cabeça". "Tivemos de fugir do local do acidente, pois os carros começaram todos a chocar uns contra os outros", contou, ainda assustado com o que diz ter vivido.