A maioria dos trabalhadores da multinacional do Calçado Ecco, em Santa Maria da Feira, deverá aceitar a indemnização proposta pela empresa no âmbito do despedimento coletivo de 42 trabalhadores.
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Fonte do Sindicato do Calçado confirmou, ao JN, que a maioria dos trabalhadores reunidos, na manhã desta segunda-feira, em frente às instalações da empresa, "mostraram-se favoráveis em aceitar a indemnização proposta". Ou seja, irão receber cerca de salário e meio por cada ano de trabalho, valor acima dos "12 dias impostos por lei no despedimento coletivo".
Os que não concordarem poderão recorrer à via judicial. Há, entre os trabalhadores, quem considere que o despedimento coletivo deveria ter tido em conta os funcionários de toda a empresa e não apenas os da secção de amostras. Durante a mesma reunião, os trabalhadores dispensados manifestavam o seu desagrado com a forma em que foi comunicado e concretizado o despedimento.
"Fomos obrigados a abandonar de imediato a empresa. Não foi correta a forma como fizeram esta restruturação", considerou Susana Bastos, trabalhadora e dirigente sindical, também ela dispensada.
"As pessoas estão indignadas. A forma humilhante como foram tratadas", referiu.
A Ecco justificou os despedimentos com o facto de ter vindo a "redefinir a sua organização e a descentralizar as atividades de Pesquisa e Desenvolvimento para as unidades de produção do Grupo. Esta restruturação afetará também a empresa em Portugal".
Segundo a empresa, foram "exploradas todas as possibilidades no sentido de realocar os colaboradores abrangidos por esta medida e alguns deles serão transferidos para novas funções".
Foi comunicado aos colaboradores relacionados com este setor os "termos e fundamentos da reestruturação organizacional, que resulta na necessidade de reduzir 42 postos de trabalho neste departamento".