<p>Rede de Alta Velocidade garante à Câmara de Ponte de Lima que nenhum edifício de utilização pública se encontra no caminho do TGV. Executivo diz aguardar por estudo de impacto ambiental. Assembleia cria comissão.</p>
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Os traçados propostos para o concelho de Ponte de Lima pela Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE) não vão pôr em causa "nenhum equipamento público". Isto é, "não ameaçam igrejas, cemitérios ou imóveis como sedes de junta de freguesia". A garantia foi, ontem, deixada na vila por responsáveis da RAVE, que reuniram com o Executivo municipal, para quem "muitas das preocupações continuam, porém, a manter-se", mesmo após encontro há muito reivindicado.
Para o presidente da Câmara, Daniel Campelo, as preocupações residem tanto no atravessamento de zonas sensíveis do ponto de vista ambiental (especialmente, a área protegida das Lagoas de Bertiandos) como no atravessamento de espaços "densamente povoados". A este propósito, afiançou que o número de moradias que se encontram no caminho do TGV apresenta-se como "muito inferior ao que havíamos pensado". Porém, deu conta que, sobre a questão, "aspectos há que têm de ser considerados, em detalhe".
Em concreto, a equipa da RAVE que ontem reuniu com a Câmara de Ponte de Lima revelou o número de casas de todo o concelho que poderão estar no caminho do TGV: 28 (no caso do traçado Poente) e 52 (traçado Nascente). Segundo informou o autarca, o traçado Nascente é aquele que, a vingar, deverá compreender "o maior número de túneis", numa distância de cerca de 7,5 quilómetros. No caso do traçado a Poente, a distância que os técnicos da RAVE estimam que deverá ser vencida através do recurso a túneis é de cinco quilómetros.
Observando que "qualquer dos traçados que vier a ser escolhido trará consigo consequências negativas", Campelo mostra-se esperançado na melhoria do projecto definitivo, assim como na superação dos aspectos negativos pelos positivos. A saber: "o aumento da competitividade territorial, através da criação de possível ponto de embarque de pessoas e mercadorias, assim como a redução dos níveis de poluição, pela opção por um meio de transporte mais saudável". Quanto ao primeiro ponto, o autarca limiano assinalou que em equação pela RAVE está a utilização da futura via também por comboios que não de alta velocidade, composições que poderão vir a ter uma paragem no concelho limiano. Em fase de conclusão, precisou, encontra-se o estudo de impacto ambiental do atravessamento, documento cuja fase de consulta pública deverá ter início até Junho próximo, admitiram os promotores. "Vamos aguardar pela divulgação do estudo para, então, analisar em profundidade a proposta", acrescentou Daniel Campelo.
No próximo dia 25, a Assembleia Municipal de Ponte de Lima deverá, também, aprovar a constituição de uma comissão de acompanhamento do processo, a formar pelas diversas bancadas.