O coro BAIXaVOZ pretende ser uma marca identitária da Baixa de Coimbra, estando com inscrições abertas para quem quiser aderir. O primeiro ensaio, realizado esta segunda-feira, reuniou uma dúzia de pessoas.
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"Queremos ter voz na cidade e ter o nosso pensamento sobre ela", defende Catarina Pires, da Associação Há Baixa, entidade promotora do coro. "Há uma nova vivência na Baixa de Coimbra, com uma nova situação de habitantes, como estrangeiros, imigrantes, refugiados, bem como os comerciantes. Da diversidade surgiu a ideia do coro, como uma maneira de juntar todas estas realidades. A prática artística sempre foi um bom motivo de juntar pessoas", completa.
A direção artística está a cargo de Catarina Moura (Brigada Victor Jara) e Luís Pedro Madeira (Belle Chase Hotel, Pensão Flor) e a ideia é que o repertório passe muito pela história da música tradicional portuguesa mas que também passe por um cancioneiro próprio.
A Baixa de Coimbra tem um património, com uma malha diversificada, com pessoas de várias partes do Mundo
"A Baixa de Coimbra tem um património, com uma malha diversificada, com pessoas de várias partes do Mundo, isso pode funcionar na construção de um cancioneiro. Ao longo dos anos tivemos na Baixa a presença árabe, judia, ou os monges do Mosteiro de Santa Cruz, que vinham de várias partes", sublinha Catarina Moura.
No primeiro ensaio, ontem no Teatro da Cerca de São Bernardo, estiveram 12 pessoas, sendo 11 mulheres e um homem. "Cantei 30 anos em vários coros e fiquei curiosa com este projeto", explica ao JN Maria Teresa, que foi ao ensaio acompanhada da irmã. Menos experiente e mais jovem, Cristina Valentim foi também pela parte profissional.
"Sou investigadora na área da música popular angolana e já há muito tempo queria integrar uma atividade pós-laboral", conta.
A presidente da Agência para a Promoção da Baixa, Assunção Ataíde, também se juntou às coralistas. "Sempre gostei muito de cantar e estou muito entusiasmada com este projeto", assinala.