Romance de Rui Couceiro mergulha no Porto histórico para falar nos novos desafios que a cidade enfrenta.
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É no Porto profundo, onde a Sé e o velho casario oferecem uma paisagem deslumbrante, que Rui Couceiro situa a sua nova incursão ficcional. Após "Baiôa sem data para morrer", romance publicado em 2022 que acumulou leitores e críticas favoráveis, o editor e escritor escreveu "Morro da Pena Ventosa". Um livro cuja escrita lhe foi "confortável", por tratar-se de "um espaço e de um contexto" que conhece bem, embora não tenha dispensado, na pesquisa, os livros e as crónicas de Germano Silva, "um divulgador da História da cidade que é também um representante da cultura portuense".
Nascido no Porto há 40 anos, Rui Couceiro procurou transportar para o livro as atmosferas e as personagens que fazem da Invicta uma urbe tão especial. A "hiper-identidade" que caracteriza a cultura tripeira encontra abundantes exemplos nas páginas de um livro onde tanto encontramos figuras populares ou reminiscências históricas e literárias de uma cidade que inspirou Camilo Castelo Branco, Agustina Bessa-Luís e Eugénio de Andrade, como a presença massiva de turistas, trotinetas ou alojamentos locais.