Na celebração dos 48 anos da academia, o reitor Rui Vieira de Castro destacou o crescimento, mas alertou para os "bloqueios" ao desenvolvimento.
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A Universidade do Minho (UMinho) ultrapassou, o ano passado, a marca dos 20 mil estudantes, entre os quais 2181 são estrangeiros, e tem 2700 trabalhadores, sendo 1340 docentes.
No ano de 2021, a UMinho conferiu graus académicos a 4916 estudantes, 1315 com o grau de mestre ou doutor.
Na cerimónia evocativa dos 48 anos, realizada, pela primeira vez, em Guimarães, o reitor destacou estes e outros números para sublinhar o crescimento da universidade. Todavia, Rui Vieira de Castro chama a atenção para "vários bloqueios nos sistemas de ensino superior e de investigação que afetam o desenvolvimento da UMinho".
O reitor lembra que a OCDE, em 2019, identificou uma falta de estratégia que regulasse, "a médio e longo prazo, os sistemas de ensino superior e investigação". Para o responsável, os constrangimentos financeiros resultam da "não aplicação da fórmula de financiamento", refletindo-se na falta de renovação geracional do corpo docente e nas dificuldades de gestão e requalificação das infraestruturas físicas e tecnológicas.
Oferta reconfigurada
A aposta da UMinho, num futuro próximo, passa pela reconfiguração da oferta educativa, anunciou o reitor. O destaque será dado à criação de formações de curta duração, dirigidas a públicos adultos e na implementação de novas licenciaturas de Engenharia Aeroespacial e Ciência de Dados. Para levar a cabo estes objetivos e também para a renovação das estruturas, a UMinho apresentou uma candidatura a fundos do PRR, que lhe permitiu obter um financiamento de 13,5 milhões de euros.
O autarca de Guimarães Domingos Bragança aproveitou para anunciar que o Ministério das Finanças desbloqueou o processo que estava a impedir a candidatura a fundos do PRR para a instalação de uma residência universitária nas instalações da antiga Escola de Santa Luzia, na rua de Francisco Agra, em Guimarães. O Município tinha feito esta proposta ao Tesouro em junho de 2018, para resolver um dos problemas mais frequentemente apontados pelos estudantes em Guimarães: a falta de alojamento e os preços elevados.
Rui Vieira de Castro reconhece que, com seis mil alunos bolseiros, este é um problema da UMinho. O reitor afirma que a Universidade está a trabalhar "a pleno vapor" para a construção desta residência, em Guimarães, e outra na antiga Fábrica Confiança, em Braga.