O parecer técnico emitido pela Universidade de Aveiro revela que a Unidade de Valorização de Resíduos Orgânicos que será construída, em 2023, na zona industrial de Parada/Baltar, Paredes, não causará impactos ambientais.
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A Ambisousa - Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos do Vale do Sousa - assegura que, mediante a análise feita, optou pela solução que dá mais garantias de eficácia dos biofiltros, apesar de mais onerosa.
"O conselho de administração decidiu que o cenário escolhido, que, apesar de ser mais caro, é aquele que assegura garantia total de segurança e de inexistência de impactos", sustentou o presidente da Ambisousa, Antonino de Sousa.
"Escolhemos [a solução] que dá absoluta garantia. Não haverá maus cheiros em Baltar", frisou. "Queremos ter uma unidade de tratamento de biorresíduos das mais modernas do país e até da Europa e que isso não se traduza em dano para a qualidade de vida das populações", garantiu o também autarca de Penafiel.
A obra deve arrancar e ficar concluída em 2023. O investimento ronda os 18 milhões de euros e é "o maior de sempre" no domínio do ambiente na região. Dos 18 milhões, oito milhões serão financiados por fundos comunitários, sendo o restante assumido por capitais próprios da Ambisousa e financiamento bancário.
Tarifas não mexem
A intervenção não terá "implicação nas tarifas" e o objetivo de futuro é que "não haja aumentos significativos", mantendo-se "a tarifa mais baixa do país". O equipamento vai permitir uma receita anual de cerca de dois milhões de euros à Ambisousa, pela injeção de biogás na rede.
Depois das preocupações demonstradas pela população de Baltar contra a unidade, o presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida, diz-se "tranquilo com este processo".
"Qualquer um dos cenários dava garantias de cumprimento e estamos a optar pela solução que dá mais garantias", alega. Ainda assim diz-se disponível para esclarecer qualquer dúvida através da Junta de Freguesia de Baltar.
Sem impactos
Quando a notícia da construção da central de biorresíduos veio a público, no ano passado, a população e a Junta de Freguesia de Baltar mostraram-se contra, pelo que foi pedido um estudo para avaliar possíveis impactos ambientais.
A promessa agora é de que será um equipamento moderno e sem impactos no ambiente, funcionando num "pavilhão fechado sem possibilidade de emissão de gases ou cheiros" e tratando anualmente 25 mil toneladas de biorresíduos. A recolha seletiva será obrigatória em 2024.