<p>O sindicato mineiro e a Comissão de Trabalhadores da mina de Aljustrel acusaram esta terça-feira a empresa concessionária de continuar, em ritmo "quase diário", a vender equipamento essencial à extracção mineira, algum dele "ainda por estrear".</p>
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"Esta semana já saíram daqui mais quatro camiões carregados de materiais, nomadamente chapas próprias para serem utilizadas na actividade mineira", adiantou à agência Lusa o sindicalista Jacinto Anacleto, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), após um plenário de trabalhadores da mina de Aljustrel.
O plenário, "preocupado com a venda de equipamento" da Pirites Alentejanas (PA), concessionária do complexo mineiro, decidiu que uma delegação do STIM e da Comissão de Trabalhadores (CT) se desloque amanhã a Lisboa, para tentar ser recebida no ministério da Economia, às 10.30 horas. "Já tínhamos pedido esta audiência ao ministro [Manuel Pinho], mas não obtivemos resposta. Vamos na mesma a Lisboa e esperamos ser recebidos, de preferência pelo ministro, que deve dar a cara como deu antes, quando anunciou o negócio com a I'M SGPS", argumentou Jacinto Anacleto.
Os trabalhadores pretendem obter explicações do ministério sobre o processo de venda de património da mina, que a Pirites Alentejanas tem em curso.
Esta situação foi denunciada pelo STIM e pela CT na semana passada, depois da empresa ter vendido "dois ventiladores e três empilhadoras multifunções", o que causou o receio de que a I'M SGPS, detentora da PA, não esteja interessada em retomar a actividade mineira. Fonte da I'M SGPS justificou à Lusa a venda de equipamento como um "mero acto de gestão" e garantiu que a PA "já está a investir", a "negociar equipamento de perfuração mineira" e a "seleccionar quadros superiores para dar andamento ao início dos trabalhos de desenvolvimento mineiro".
De acordo com o coordenador do STIM, "alguns dos materiais que saíram do complexo estavam quase novos ou ainda por estrear".
"Os ventiladores ainda estavam armazenados e à espera de ser montados", garante. Diz ainda que o refeitório e o dormitório, para acomodar os trabalhadores que não residiam em Aljustrel, "não tinham sequer seis meses de uso e também foram desmantelados".