Em cerca de três meses, perto de 1040 produtores aderiram à plataforma online criada pelo Ministério da Agricultura para promover e divulgar circuitos curtos alimentares, de modo a aproximar produtores e consumidores.
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A Região Norte tem cerca de 40% do total nacional. Desde a venda de azeite e vinho, estão disponíveis ervas para infusões, queijos, compotas, carnes DOP, queijos e fumeiro certificados entre várias dezenas de produtos locais.
Em tempo de crise quem não tem clientes ao pé da porta vai procurá-los. A Internet surge como uma feira gigante, onde se muitos só andam para apreciar já há muito quem compre. Que o diga Martina Castro, uma agricultora de Sendim, Miranda do Douro, que deu a volta à covid, aproveitou a oportunidade de alargar o negócio da venda de frutos secos, azeite e leguminosas e, se não deu para enriquecer, pelo menos, permitiu aliviar a quebra nas vendas com a plataforma (www.alimentequemoalimenta.pt). "De repente falharam-me as 18 feiras que tinha agendadas, pois foram canceladas. Fiquei sem chão, porque tenho produção própria e tenho que escoar. Os produtos também perdem validade e não tarda já tenho a nova colheita em casa. Vendo produtos biológicos, como noz, avelã, mel, leguminosas ou figo seco", explicou Martina, que admite que além dos clientes transmontanos arranjou novos, sobretudo no Porto e Lisboa.
Página no Facebook
Já tinha uma página no Facebook mas só servia para divulgação. "Vou vendendo pela plataforma. Alguns produtos mais do que nunca, como as leguminosas, talvez porque as pessoas têm mais tempo para cozinhar ou mais preocupações com a saúde, deixaram de comprar enlatados e aproveitam para mudar hábitos alimentares", explica a produtora que tem clientes particulares do litoral a encomendar 20 e 30 quilos de feijão.
Martina não esconde como foram complicados os meses de março, abril e maio. "Foi difícil" , responde laconicamente para não se alargar nos pormenores de uma vida que tremeu por algum tempo, ao olhar para um futuro comercial incerto. "Foi duro" , diz.
Aproveitou a oportunidade que lhe apareceu com a plataforma. Se ainda não vendeu a totalidade do que colheu em 2019 já tem espaço na loja para receber a produção de 2020. "Tudo, tudo não consegui, mas dei um jeito com as vendas online e as revendas compuseram-se", sublinha. Por isso gostava que a plataforma fosse além do contexto covid porque alargou-lhe os horizontes. Mas nem todos estão tão satisfeitos. Ao JN houve quem admitisse que vendeu menos do que esperava.
Produtos
Desde a venda de azeite e vinho, estão disponíveis ervas para infusões, queijos, compotas, carnes DOP, queijos e fumeiro certificados entre várias dezenas de produtos locais. A Região Norte tem inscritos mais de 400 produtores que representam 40% do total nacional.
Expedição
Produtores aderiram a entregas via CTT mas também recorrem a transportadoras sempre que não podem entregar em mãos, o que acontece sempre que o cliente é de fora da região.
Qualidade vende
Produtos mais conhecidos e com marcas de confiança no mercado, como os produtos DOP, reafirmaram posição no mercado da qualidade.