São esperados, até domingo, cerca de cinco mil participantes, aficionados do meio de transporte vindos até da Austrália. É a terceira vez que o evento se realiza em Portugal.
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O European Vespa Days arrancou esta quinta-feira e prolonga-se até domingo, reunindo no Pavilhão Multiusos da Cidade Berço, cerca de cinco mil vespistas que aguardavam pela realização deste evento, duas vezes adiado, desde 2020. A maioria dos participantes (90%) são estrangeiros. Há quem tenha partido de casa há semanas e também há quem participe sem trazer a mota.
Os aficionados que vieram de mais longe são da Austrália. "Percorreram cinco mil quilómetros, de casa até Sidney, voaram para Barcelona e daí vieram nas vespas até Guimarães", relata Filipe Primitivo, membro da organização e ex-presidente do Vespa Clube de Portugal. Os australianos estão a descansar, mas há um participante que chega da Indonésia, sem Vespa. Assegura que vai alugar uma para poder participar nos diversos passeios que vão saindo do centro da concentração. Giuseppina Serra saiu de Roma a 25 julho e chegou a Guimarães, numa vespa de 1974, no dia 29.
Vinho à descrição
"No sábado temos o jantar de gala, o primeiro, desde 2010, em que se vai servir vinho à descrição. Lá fora, nunca há bebidas alcoólicas. Os portugueses têm que levar uma box de vinho debaixo do blusão. Os estrangeiros vêm encher o copo à nossa mesa", brinca Filipe Primitivo, que já tem mais de 90 mil quilómetros a viajar de Vespa pela Europa.
Portugal organiza o European Vespa Days pela terceira vez: a primeira foi em Lisboa (2000) e a segunda em Fátima (2010). Álvaro Mendes, presidente do Vespa Clube de Portugal, realça o impacto económico deste evento. "O nosso orçamento foi de 300 mil euros, mas estimamos que o impacto direto, na economia local, seja de um milhão de euros. Temos três hotéis reservados só para a organização, num total de 140 camas, foram gastos 50 mil euros em merchandising e 100 mil euros no jantar", aponta. "A pandemia trouxe muitos problemas. Tínhamos uma inscrição de 65 euros que devia cobrir o que oferecemos e, com a subida dos preços, os nossos custos estão em 85 euros", acrescenta.
Apesar das dificuldades, a organização está a ser um sucesso, de tal forma que o recinto não consegue albergar todos os vespistas que querem participar. "Há pessoas que vão entrar a pé. Cobramos 10 euros por entrada que vão reverter para os Bombeiros Voluntários de Guimarães", justifica Filipe Primitivo. De acordo com a organização o país mais representado na concentração é Espanha, mas há também muitos ingleses, franceses e italianos. "Os primeiros 18 inscritos, em 2019, eram russos, que acabaram por não conseguir vir, mas há por aí alguns ucranianos", revela.
Curiosidades
A Vespa mais antiga da exposição, propriedade do ex-guarda redes da seleção Eduardo, é de 1948 e está exposta no Museu Alberto Sampaio, com outros modelos raros. O primeiro modelo da Vespa foi lançado pela Piaggio em 1946. A mais valiosa, presente em Guimarães, está avaliada em 20 mil euros. Mas há vários modelos de coleção que, segundo a organização, "não têm preço, porque são únicos". Este sábado, sai de Guimarães, às 9 horas, o passeio oficial do evento, com três mil Vespa. O grupo vai passar pela Póvoa de Lanhoso e por Braga, antes de subir ao Santuário do Sameiro, para a bênção para as máquinas e participantes.