Viana aprova novo regulamento de transportes: "Quem nos dera ter um serviço como os TUB de Braga"

Autocarro do grupo AVIC
Foto: Daniel Rodrigues / Arquivo
A câmara de Viana do Castelo aprovou esta terça-feira o regulamento do novo serviço público de transporte urbano de passageiros, que iniciará atividade em 23 de setembro, sob gestão da autarquia.
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A proposta foi submetida a consulta pública e, segundo o município, "incorporou sugestões apresentadas" por munícipes e duas juntas de freguesia e vai agora ser submetida à aprovação da Assembleia Municipal.
O novo sistema a que foi dado o nome de TUViana representa um investimento de 5,6 milhões de euros e avança com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O autarca de Viana do Castelo, Luís Nobre, referiu esta terça-feira que "a internalização" dos transportes urbanos na câmara municipal de Viana do Castelo segue "um caminho" que foi trilhado por outras cidades e considerou os Transportes Urbanos de Braga (TUB) "uma referência".
"Braga, Coimbra, Guimarães são modelos que eu quero. Desejo para a minha cidade o de Braga e dou esse exemplo, porque há 12 anos era uma empresa municipal, desmobilizada, desmotivada, com problemas complexos de justiça e chegou um autarca que entendeu que a mobilidade era para tomar a sério e trabalhou, desenvolveu e motivou", disse Luís Nobre (PS), referindo que "hoje os TUB são um exemplo e um factor de inspiração para o país". E sublinhou: "Quem nos dera ter daqui um serviço como o de Braga".
O novo serviço contempla alargamento de percursos e aumento gradual do número de linhas. Prevê três circuitos na cidade, enquanto atualmente existe um. E de acordo com o autarca, avançará no dia a seguir ao fim da concessão da Transcunha, do grupo AVIC, independentemente da chegada a tempo dos 15 autocarros fabricados na China e comprados à Mota-Engil Renewing. Informou ainda, esta terça-feira, em reunião extraordinária do executivo, que os veículos estão a ser transportados por via marítima e, para salvaguardar um eventual atraso, existe "um plano B", que passa por iniciar o serviço com recurso a autocarros alugados.
Questionado pela oposição, Luis Nobre afirmou que a autarquia está "empenhada em implementar o plano A", com a frota 100% elétrica do novo sistema. E explicou que a "necessidade de um plano B" surge em virtude "de vicissitudes do processo", nomeadamente, um atraso "de dois meses por causa da litigância" que envolveu o processo, resultante da contestação feita pelo grupo AVIC, que defende a integração dos motoristas da atual concessão que detém no novo serviço camarário.
"No dia 23 vamos ter transporte e vamos ter um transporte melhor", afirmou o presidente da câmara, considerando que "não existe um transporte de qualidade neste momento" em Viana do Castelo. E ainda, que "se o serviço não tem qualidade, os utentes não aderem [ao transporte público]", pelo que o sistema de transportes urbanos se encontrará "num momento zero".

