O circuito citadino vai receber carros de antes da II Guerra Mundial e supermáquinas da Ferrari, Lamborghini, Porche e Aston Martin.
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O Circuito Internacional de Vila Real volta este ano a acolher provas internacionais de automobilismo, depois de em 2023 ter sido cancelada a competição de resistência "6 Horas Vila Real". Vai ter também quatro provas nacionais. Ao todo, cerca de 180 pilotos em pista, de 28 a 30 de junho.
O Trophee Legende e o Classic Endurance Racing vão trazer à cidade quase 50 pilotos de outros países para conduzirem carros de antes da II Guerra Mundial e supermáquinas históricas de marcas como Ferrari, Lamborghini, Porsche e Aston Martin, entre outras.
Pierre-Antoine Lecoutour, diretor da Peter Auto, empresa que organiza as provas internacionais, diz que vai ter duas grelhas de partida no circuito citadino de Vila Real, "cada uma com cerca de 25 carros".
No Trophee Legende, segundo Pierre-Antoine, "vão poder ser vistos em pista carros que participaram em todas as grandes corridas da década de 1930 e início da década de 1940". O Classic Endurance Racing vai pôr a comer o asfalto vila-realense bólides acostumados a devorar o de circuitos tão importantes como Le Mans e Daytona.
Apesar de estas provas não compensarem, em termos de adrenalina, as já extintas provas do campeonato mundial e da taça europeia de carros de turismo, que arrastaram até Vila Real milhares aficionados, acabam por ter o efeito de transportar os espetadores para tempos áureos do circuito de Vila Real, no século XX.
José Fafiães, vice-presidente da Associação Nacional de Pilotos Automóveis Clássicos (ANPAC), que promove em Vila Real as quatro provas nacionais, (Clássicos, Legends, Super Legends e 1300) promete "competitividade e muito espetáculo para a
cidade". Sublinha que não vão "fazer favores a ninguém". Antes pelo contrário. "É a cidade que nos faz um favor a nós, porque esta é a nossa prova rainha. Às vezes temos muitas dificuldades para conseguir meter cá todos os pilotos interessados", realça, esperando que o número possa "chegar aos 130". O ano passado foram 116.
O presidente da ANPAC, João Silva, que também é piloto, destaca que um dos atrativos do circuito citadino de Vila Real é facto de ser "muito desafiante, muito técnico", em que preciso andar sempre "sobre carris", porque "uma falha significa destruir os carros".
O presidente da Câmara de Vila Real volta a sublinhar que o circuito internacional é uma "impressão digital" do concelho e "uma marca com potencial que deve ser projetada, apoiada e reforçada".
Este ano não recebe o Campeonato Nacional de Velocidade, que o autarca diz ter "mais e melhores carros", mas o promotor não terá entendido que a organização do circuito de Vila Real "só pode oferecer o que tem".
"Aquilo que temos são as boxes que existem. Não podemos derrubar prédios. São os espaços que temos e os melhores tinham de ser entregues às provas internacionais". Rui Santos frisa, no entanto, que "tudo será feito para que o Campeonato Nacional de Velocidade se possa fazer nos próximos anos".