Primeiro, começou por não haver ninguém para assegurar a central telefónica aos fins de semana e feriados nos Bombeiros Voluntários do Porto. Mas agora, todos os dias, a partir da meia-noite, também não há centralista, sendo as chamadas encaminhadas para o quartel dos Sapadores do Porto.
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A decisão, segundo um grupo de bombeiros voluntários ouvidos pelo JN, "foi imposta pelo presidente da direção, que decidiu trocar o horário do centralista", passando este funcionário a trabalhar das 16 às 24 horas.
Isto, depois deste trabalhador - que fazia o horário das 20 até às 8 horas - ter reclamado por não ter recebido o pagamento das horas extra.
"Muitas vezes têm de ser os voluntários a assegurar a central, porque não há ninguém", referiu um bombeiro ao JN.
De igual modo, há funcionários que se queixam de não ter recebido o subsídio de férias, previsto agora no mês de julho.
Apesar de apontarem "inúmeras irregularidades que são praticadas pela atual direção", um grupo de voluntários continua todas as noites a assegurar o piquete da corporação.
Todavia, os bombeiros avisam que de 1 a 3 de agosto provavelmente não haverá ninguém para atender os telefones, por os três centralistas estarem de férias.
Nesse contexto, alertam: "é urgente as autoridades, que têm conhecimento das muitas irregularidades, agirem. Caso contrário, será mais uma instituição centenária a fechar as portas".
Contas penhoradas
Desde esta terça-feira, os Bombeiros Voluntários do Porto têm as contas penhoradas devido ao incumprimento no pagamento de uma dívida de cerca de 40 mil euros a um bombeiro.
Em causa está o incumprimento de uma sentença do Tribunal do Trabalho no âmbito de uma ação interposta em 2019 por um dos oito bombeiros que viram o seu despedimento ser considerado "ilícito".
Segundo o JN apurou, estão penhoradas as três contas da associação humanitária.
O JN contactou Gustavo Pereira, presidente da direção dos Bombeiros Voluntários do Porto, mas não obteve resposta.