António Capelo afasta-se da Academia Contemporânea do Espetáculo após acusações de assédio

O ator e encenador António Capelo anunciou, nesta quarta-feira, que vai deixar todas as funções de direção artística, administrativa e pedagógica da Academia Contemporânea do Espetáculo (ACE), instituição que fundou há mais de três décadas, após ter sido acusado de assédio.

Em comunicado enviado ao Jornal de Notícias, Capelo afirma ser alvo de "acusações anónimas e difamatórias" que, segundo diz, afetam a sua "honra, vida profissional e vida privada". O ator rejeita as denúncias, que considera "graves e totalmente distorcidas da realidade", e garante que a sua conduta sempre se pautou pelo "respeito, exigência profissional e cuidado com os alunos".

Capelo justifica gestos de proximidade com estudantes - como abraços, empréstimos de livros ou partilha de refeições - como formas de apoio, sem outra intenção. Critica ainda os "linchamentos públicos", sublinhando que tais práticas "em nada contribuem para a justiça ou para a verdade".

O encenador revelou também ter apresentado uma queixa-crime por difamação, garantindo que não aceitará campanhas que tentem "destruir o trabalho e a credibilidade" da ACE. Acrescentou ainda: "Nunca, em cerca de 30 anos de aulas, houve qualquer queixa contra mim, quer na escola, quer na Inspeção-Geral de Educação, ou outro organismo qualquer."

Entretanto, a ACE esclareceu que António Capelo já não exerce funções de direção artística, nem leciona na escola há três anos. "Está reformado, não exercendo qualquer cargo nesta instituição", afirmou a direção. António Capelo esclareceu que, apesar de já não dar aulas, continuava a existir um vínculo à escola, que hoje foi terminado. Há cerca de um ano, nas redes sociais, a ACE apresentava António Capelo como diretor artístico.

Apesar do afastamento, o ator reforça que o projeto da Academia "é maior do que qualquer pessoa" e assegura que continuará a defender a sua honra, reputação e a dignidade da instituição.