Por várias razões. Para evitar confrontos e conflitos, por questões emocionais e comportamentais. Reagir depois de tudo acontecer é bom e é mau, depende de várias variáveis (a personalidade está entre elas). Remoer no silêncio não faz bem, disparar a quente também não.
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Um relacionamento que se acaba e aquela última conversa, sofrida e dolorosa, é costurada por silêncios. A separação acontece com nós na garganta. O coração não saiu pela boca, remói-se o que não se fez voz naquele momento. Outro caso. Uma discussão com um colega de trabalho, ele fala e argumenta, tanto por dizer, e nada, não sai nada, e aquela angústia bate quando se chega a casa e as palavras disparam dentro da cabeça. Uma conversa com amigos, uma reunião com o chefe. Porquê tanta hesitação? Porque se cala o que se quer dizer naquela hora? Como explicar essas reações retardadas? Porque se é assim?
Nas interações sociais, não reagir no momento é comum. “Algumas pessoas têm reações emocionais intensas em algumas situações, o que as vai impedir de processar ou compreender a situação - emoções fortes paralisam a capacidade de pensar de forma racional - e quando arrefecem emocionalmente é que conseguem reagir”, refere Fernando Lima Magalhães, psicólogo clínico, autor do livro “Como posso ser feliz - Sim, é possível!”. Há pessoas introvertidas que receiam a reação e a desaprovação dos outros e por medo de rejeição adiam mostrar e expressar o que pensam. “Há pessoas que sentem uma raiva intensa no momento e optam por reprimir o que pensam, porque pode sair algo agressivo ou despropositado, e reagir mais tarde, com mais ponderação.” Há outras mais cautelosas e preocupadas com o que dizem aos outros e preferem refletir e compreenderem-se para mais tarde explicar aos outros. “O melhor é aceitar que as pessoas têm formas diferentes de lidar com as situações e podem precisar de mais ou menos tempo para tal”, adianta o psicólogo clínico.