"Grécia pode ser um sinal de alerta positivo para Portugal", diz Belmiro de Azevedo
Belmiro de Azevedo disse esta quinta-feira que o que está a acontecer na Grécia pode ser um sinal de alerta para os portugueses, que devem tornar a sua economia competitiva usando as vantagens comparativas de que esta dispõe.
Corpo do artigo
"O que está a acontecer na Grécia pode ser factor muito importante para nós, assustando as pessoas no bom sentido", afirmou o líder da Sonae, numa conferência organizada pelo núcleo jovem da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, em Lisboa.
Para o empresário, apesar de Portugal estar numa "profunda crise e desesperança aliadas a orientações muito erradas da governação" e de o país já não "poder fugir a meia década perdida", a crise deve ser olhada como "oportunidade".
Para isso, o empresário diz que têm de ser feitas grandes mudanças "aproveitando as vantagens comparativas", os sectores do mar e da floresta, porque apesar de estas "não durarem sempre são o que ajuda a sair da crise mais rapidamente".
Portugal "tem de aumentar a sua competitividade, produzir mais, aumentar exportações e diminuir importações", afirmou, acrescentando que Portugal tem de apostar em sectores que "criem emprego sem exigir investimentos gigantescos".
O líder da Sonae dedicou ainda parte importante do discurso ao sistema de ensino, reiterando por diversas vezes que tem de haver uma "adaptação entre o que se ensina e o que o país precisa", e apelou a que os cidadãos tenham uma "cultura de trabalho, mérito, qualidade e inovação constante", recusando "a ilusão e o clientelismo".
Belmiro de Azevedo deixou ainda palavras de incentivo ao Governo, afirmando que é essencial que na actual crise o "valor da coerência é obrigatório" e que "existem indícios de que o primeiro-ministro poderá seguir esse caminho".
Pedro Passos Coelho terá de "ser um exemplo e não travar à primeira contrariedade", afirmou.
O empresário recusou ainda "um novo ciclo de mentira e ilusões" pela parte dos governantes.