"A estabilidade é um bem em si próprio e uma necessidade", frisa Marques Guedes
O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares recusou-se, esta quinta-feira de manhã, a comentar a crise na coligação, alegando que as reuniões do Conselho de Ministros não são o espaço para entendimentos e para o debate político. Mas frisou que "a estabilidade é um bem em si próprio e uma necessidade".
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"O que se exige é uma responsabilidade entre todos os agentes políticos para a preservação e defesa da estabilidade política", para superar o programa de ajustamento e recuperar a soberania plena, respondeu o ministro Luis Marques Guedes, na sequência de sucessivas perguntas sobre a crise política, numa altura em que Passos Coelho e Paulo Portas ainda estavam reunidos para ultrapassar divergências e salvar a coligação.
Portas esteve ausente da reunião do Conselho de Ministros, que se realiza habitualmente às quintas-feiras. Ainda que dois ministros tenham pedido a demissão e a coligação continue rodeada de incerteza, o Governo continua a dar sinais de normalidade. Foi isto mesmo que transmitiu Marques Guedes, na conferência de imprensa após a reunião do Executivo: "O Governo está em funções, queremos governar e tratar dos assuntos de governação".
O ministro da Presidência desejou ainda que os partidos que suportam o Governo se entendam. "Era importante para o país que isso aconteça. Acredito no valor da estabilidade".
Questionado sobre se ainda há um ministro dos Negócios Estrangeiros, Marques Guedes avançou que "não existem vazios" e que Portugal tem um titular dessa pasta. E perante outra pergunta de um jornalista, sobre se aquela reunião de ministros tinha sido a última com aquela composição, apenas referiu que essa era uma pergunta que teria de fazer aos astros.
A reunião entre Passos Coelho e Paulo Portas terminou ao início da tarde na presidência do Conselho de Ministros. A remodelação que acordaram será levada esta tarde ao presidente da República. Uma hipótese que terá sido analisada passa por o líder do CDS recuar na demissão e trocar a pasta dos Negócios Estrangeiros pelo cargo de vice-primeiro-ministro com a pasta da Economia, substituindo Álvaro Santos Pereira.