A Associação Nacional de Freguesias vai continuar a luta contra a suspensão e revogação da nova lei de reorganização administrativa do território, disse a vice-presidente daquele organismo no final do 3º Encontro Nacional, em Coimbra.
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"A conclusão das conclusões [do encontro] é a de que a luta continua. As freguesias não vão aquietar-se, vão estrebuchar até à última hora e só por força da lei, porque não pode ser de outra maneira, é que a vontade do Governo e do legislador se irá impor", disse aos jornalistas Elisabete Matos.
A autarca, independente eleita pelo PSD à presidência da assembleia de uma freguesia do distrito de Vila Real, sublinhou a "grande onda de contestação e inconformismo" patente no encontro deste sábado, que juntou cerca de 800 autarcas de freguesias.
"Não há forma de aquietar esta gente que tem toda a razão naquilo que reivindica", frisou a vice-presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).
As conclusões do encontro, que reuniram propostas das sete moções apresentadas na reunião, foram aprovadas por "larguíssima maioria", com dois votos contra e cerca de uma dezena de abstenções, mas a direção da ANAFRE mantém a recusa de promover, a nível nacional, boicotes eleitorais nas próximas autárquicas ou marchas lentas de protesto, estas últimas preconizadas numa moção de juntas de freguesia de Tavira.
"O Conselho Diretivo decidiu que estas medidas devem ser localmente decididas e realizadas. Decidiu não retirar a moção [de Tavira] porque não há unanimidade dentro do conselho diretivo para a reprovar", explicou.
De acordo com Elisabete Matos se o concelho de Tavira e outros limítrofes desejarem promover a marcha lenta de protesto "a ANAFRE só tem de estar lá através da sua delegação distrital".
"Mas não vamos organizar esse protesto [a nível nacional]. Poderemos informar e comunicar às freguesias que há concelhos e distritos que querem tomar esta iniciativa, mas não vamos nós impulsionar [as marchas] nem o boicote às eleições que muita gente deseja", garantiu.
Reforçou que a ANAFRE "não vai instigar nem motivar ninguém" a protestos do género, embora não concorde com a reforma administrativa.
"Todas as medidas educadas, ordeiras e cívicas que as freguesias tomarem, é óbvio que [a ANAFRE] não as vai condenar", sublinhou Elisabete Matos.