Sublinhando nada mais ter a acrescentar sobre esta matéria, a líder do PSD frisou que não faz campanha "em função de prejuízos ou benefícios" mas para "esclarecer os problemas do país".
Corpo do artigo
A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmou hoje que o afastamento do assessor do Presidente da República "não prejudica em nada a campanha do PSD", mas sem nunca comentar directamente o caso.
"Não tenho elementos suficientes para me pronunciar, em nada prejudicam a campanha porque não tenho feito campanha sobre esse caso que tem estado a ser falado", afirmou Manuel Ferreira Leite. A líder do PSD respondia aos jornalistas, que a confrontaram com as declarações de Francisco Louçã, que considerou "morta" a campanha social-democrata após a demissão de Fernando Lima.
Questionada sobre a pertinência de Cavaco Silva se pronunciar sobre o caso e, como pede a Esquerda, esclarecer melhor os contornos da decisão, Ferreira Leite disse que "essa deve ser uma decisão do Presidente da República" e retomou a bandeira da asfixia democrática.
"Mantenho exactamente tudo o que disse. Não retirarei uma vírgula e repetirei tudo até à exaustão", disse Ferreira Leite, enumerando alguns dos casos que, entende, dão corpo à tese da asfixia democrática. "Pelo menos 12 mil funcionários públicos queixaram-se ao Provedor de Justiça de pressões do Governo", aduziu a líder do PSD.
"Dia 27 está em causa substituir esta política; substitui o engenheiro José Sócrates", acrescentou aos jornalistas, em Lordelo, Guimarães, durante uma visita a uma empresa de suecesso da área do têxtil-lar.
Horas antes, em entrevista à Rádio Renascença, Ferreira Leite foi questionada se o afastamento de Fernando Lima, segunda-feira, do cargo de responsável pela assessoria para a Comunicação social da Presidência da República, poderia prejudicar a campanha social-democrata.
Sublinhando nada mais ter a acrescentar sobre esta matéria, a líder do PSD frisou que não faz campanha "em função de prejuízos ou benefícios" mas para "esclarecer os problemas do país", considerando este assunto "absolutamente indiferente" para a recta final da campanha social-democrata.
Fernando Lima foi segunda-feira afastado do cargo de responsável pela assessoria para a Comunicação social da Presidência da República, que passará a ser desempenhado por José Carlos Vieira.
Segundo disse à Lusa uma fonte oficial da Presidência da República, trata-se de uma "decisão do Presidente da República".
Na sexta-feira, o Diário de Notícias (DN) noticiou que Fernando Lima foi a fonte do diário Público nas notícias que sucederam à sua manchete de 18 de Agosto, já em pré-campanha eleitoral, segundo a qual Cavaco Silva suspeitava estar a ser espiado pelo Governo liderado por José Sócrates.
Logo nesse dia, o Presidente da República disse que, após as eleições, iria solicitar informações sobre matérias de Segurança.
* Com Lusa