<p> <strong>Também considera que a agressão no 1.º de Maio foi a "Marinha Grande" de Vital Moreira?</strong> </p> <p>O que acho é que foi um acto que merece a mais viva condenação, mas que culmina uma legislatura em que o PCP se especializou em organizar manifestações para insultar outros líderes políticos.</p>
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Está em condições de provar que o PCP promoveu a agressão?
Se estou em condições de provar? O que estou em condições de provar é que nestes quatro anos eu próprio fui vítima disso. Em 2006, antes do Congresso do PS, quando ia a sessões do partido tinha à minha espera dirigentes da CGTP e do PCP a apuparem-me e a insultarem-me. Isso foi, aliás, alvo de críticas por parte de socialistas da CGTP. A pretensão do PCP de que nada teve a ver com o que se passou choca com a realidade: não há nenhuma agressão física que não seja precedida de agressão verbal. A agressividade e o radicalismo de linguagem foram lançados pelo PCP. Parece que estão a falar de uma coisa que não conhecem! Não sabem quem são os dirigentes do PCP e da CGTP, quem está lá a acusar, a apupar, a insultar? Eu conheço-os muito bem. Aquando das questões com os professores, muitos foram à sede do PS insultar professores que iam para reuniões.
A Imprensa deu notícia disso.
Deu. Vocês sabem do que falo.
Nós não damos respostas, só fazemos perguntas.
Eu sei. Não creio que a vocação de um partido seja dedicar-se a organizar manifestações para insultar líderes políticos, acusar e difamar. É um comportamento que não eleva a nossa vida política. Os portugueses saberão julgar esse radicalismo.
Vai ter intervenção muito directa nesta campanha eleitoral para as eleições europeias?
Participarei, como é meu dever. Sou secretário-geral do PS e estarei ao lado do nosso candidato. As eleições europeias, que na opinião de muitos servem para uma avaliação do Governo, serão também para avaliar as oposições. Estamos a poucos meses de uma escolha fundamental, nas legislativas. Se perguntarmos qual é a proposta política que a Direita apresenta, a resposta traduz-se em mistério. Está a passar por uma das mais sérias crises de identidade de que tenho memória.
Está a dizer que, antes das europeias, o PSD devia apresentar um programa para as legislativas?
Acha que se constrói um programa político e uma alternativa política em três meses? Eu entendo que é ao longo de quatro anos. Qual a linha política do PSD? O que é que a Direita produziu nestes quatro anos? Produziu um programa político, uma ideia, um conjunto de medidas que identifiquem uma alternativa? Não me parece. A Direita está sem programa. Esta crise veio tirar-lhe o programa, porque verdadeiramente as intenções da Direita estão agora escondidas e metidas num congelador político. Não pode propor privatizações, porque o Mundo mostrou que esse caminho conduziu à desregulação e foi largamente responsável pela crise financeira que esteve na origem da crise económica. Não apenas estão sem programa como também sem liderança. Quem é que se vai apresentar a eleições? Manuela Ferreira Leite, Paulo Portas e Santana Lopes. Os rostos do falhanço anterior.
O PS manterá o apoio à recandidatura de Durão Barroso mesmo que o Partido Socialista Europeu apresente candidato próprio?
Oficialmente, essa é a posição do PS. Mas penso que a questão não se porá pela simples razão de que Durão Barroso vai ter um apoio muito para além do Partido Popular no Conselho Europeu.
Não se trata, portanto, de um apoio assente apenas em razões patrióticas?
É da maior importância para um país ter o presidente da Comissão Europeia, só um ingénuo pensa o contrário. Por outro lado, considero que Durão Barroso fez um bom trabalho. Não é fácil estar cinco anos na Comissão e ter condições para ser reeleito. Há muita gente a querer aquele lugar.
Como se compreende que Vital Moreira se recuse a avaliar desde já o mandato de Durão Barroso?
Convivo bem com quem tem outra opinião. Para quem vai ser membro do PE, compreende-se esse escrúpulo de que devemos ter em conta o resultado das eleições.