A ministra da Saúde defende que a solução passa pelo "redimensionamento" das embalagens e não pela dispensa em quantidade individualizada do medicamento.
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A lei que autoriza a venda de medicamentos em unidose nas farmácias de oficina e nas instaladas nos hospitais públicos - por um período experimental de um ano - entrou em vigor a 07 de Junho de 2009, mas, segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), ainda nenhuma farmácia mostrou interesse em aderir à dispensa unitária de medicamento.
Ontem, segunda-feira, em entrevista ao programa "Sinais de Fogo", na SIC, Ana Jorge reconheceu que "todo o sistema é difícil de implementar" e que a venda de medicamentos em unidose comporta riscos de contrafação.
Por outro lado, a distribuição é mais cara para o utente e para o Estado, referiu a governante, defendendo uma redução do tamanho das embalagens e não a venda em unidose.
Ana Jorge lembrou ainda que a venda em unidose deixou de ser uma prática em países onde teve utilização, como o Reino Unido. Em Espanha, a medida foi chumbada após um período experimental.
No início de Janeiro, o secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, anunciou que, num prazo máximo de dois meses, estaria implementada a venda de medicamentos em unidose, na sequência do actual "processo negocial" com os parceiros (indústria farmacêutica e Associação Nacional de Farmácias).
A venda de medicamentos em unidose, perante prescrição médica, tem como objectivo "evitar o desperdício e permitir uma maior poupança".
Na primeira fase de implementação, a dispensa de medicamentos em quantidade individualizada será efetuada nas farmácias da região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo que manifestem vontade de aderir a esta forma de dispensa de medicamentos, segundo a portaria conjunta dos ministérios da Saúde e da Economia.
"A dispensa de medicamentos em quantidade individualizada constitui uma importante inovação no sector da saúde em Portugal, justificando que a sua implementação seja progressiva e os seus resultados iniciais objecto de avaliação pelo Infarmed em articulação com os parceiros do sector", sublinha a portaria.